terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Crise se aprofunda e faz cair a produção industrial


- O setor mais atingido com a queda na produção foi o de veículos 04/02/2009 - Tribuna do Norte Rio e São Paulo - A crise financeira internacional aprofundou seus efeitos na economia brasileira e fez com que a produção industrial recuasse em dezembro para níveis de quatro anos atrás, caindo 12,4% em relação a novembro de 2008 e 14,5% em relação a dezembro de 2008, as maiores quedas desde 1991. No acumulado do ano de 2008, a produção na indústria cresceu 3,1%. Economistas, assustados com o recuo na produção não apenas de automóveis, mas também de bens de capital, pioram suas expectativas sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre e de todo o ano passado e elevaram as apostas de um novo corte de um ponto porcentual nos juros básicos em 11 de março, um dia após o anúncio do PIB do ano passado. “Não foram só os automóveis, houve queda generalizada em todos os setores, e me impressionou um pouco o dado da produção de bens de capital”, disse a economista do Unibanco Giovanna Rocca.Segundo a economista da coordenação de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Isabella Nunes, a queda na produção industrial em dezembro fez o setor retornar ao patamar de produção de março de 2004. Segundo ela, os recuos foram generalizados, abrangendo 25 de 27 setores na comparação com novembro e 23 de 27 setores em relação a dezembro de 2007. Foi o maior número de segmentos em queda já registrado na pesquisa, nas duas bases de comparação. “Há um quadro generalizado de queda, como reflexo do agravamento da crise”, disse Isabella.Segundo ela, apesar dos declínios generalizados, os segmentos mais afetados estiveram vinculados ao crédito, como bens duráveis e máquinas e equipamentos e também às exportações de commodities. Todas as categorias de uso pesquisadas pelo IBGE registraram queda na produção industrial em dezembro em todas as bases de comparação.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Salário mínimo de R$ 465 passa a valer a partir deste domingo


O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, confirmou nesta sexta-feira que a partir deste domingo (1º) passa valer o salário mínimo de R$ 465, o que representa aumento real (descontada a inflação) de 5,7% sobre o valor anterior, de R$ 415.

Segundo Lupi, no governo do presidente Lula (desde 2003), o aumento real acumulado do salário mínimo está em 46,05%.

"Esse aumento representa beneficiar mais de 45 milhões de pessoas, entre aposentados e pensionistas", afirmou Lupi em anúncio feito hoje no Rio.

"[O aumento] Será uma forte fonte de aquecimento [da economia] no Brasil, com reflexo no consumo, vendas e emprego", disse Lupi. Ele afirmou ainda que, com o aumento do mínimo, cerca de R$ 21 bilhões a mais passam a circular por mês na economia.

Sobre as demissões anunciadas no país nas últimas semanas, Lupi afirmou que o governo estuda um plano de seguro-emprego, para estimular as empresas a manterem seus empregados. sem dar mais detalhes, o ministro explicou que o projeto ainda está em discussão.

Em relação ao Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que contabiliza o número de empregos com carteiras assinadas, Lupi afirmou que a expectativa é positiva, mas disse acreditar que janeiro e fevereiro ainda serão meses fracos por conta da crise internacional. O Caged registrou o fechamento de 654 mil postos de trabalho em dezembro, mais que o dobro da média registrada para o mês.

Sobre os setores da economia afetados com a crise, Lupi citou o automobilístico, que já melhorou com os incentivos fiscais (redução do IPI), e o de hotelaria. Segundo ele, o segmento está com queda em relação ao ano anterior, mas nada alarmante.

Potigás anuncia redução no preço Gás Natural


A medida beneficiará os segmentos automotivo, industrial, residencial e comercial30/01/2009 - Tribuna do Norte
O Gás Natural Veicular (GNV) vai chegar mais barato aos postos do Rio Grande do Norte a partir de amanhã. A Companhia Potiguar de Gás (Potigás) – responsável pela distribuição do produto os revendedores – anunciou ontem aos seus clientes a redução de 3% no preço praticado hoje. A queda se deve ao ajuste de preço feita pela Petrobras. Porém, a diminuição pode não chegar integralmente aos consumidores.O diretor técnico da Potigás, Geraldo Pinto, afirma que a mudança ocorre a partir de 1º de fevereiro, mas esclarece que não há como garantir se os motoristas sentirão a diferença ao abastecer. “O preço praticado hoje pelos postos é livre. O nosso repasse é de 3%, mas não sabemos se a redução também será integral aos consumidores”.O diretor administrativo da Potigás, Joaquim Tomaz, declara que a medida irá beneficiar os segmentos automotivo, industrial, residencial e comercial do Rio Grande do Norte, que pagarão mais barato pelo combustível que rende mais, é limpo, seguro e ecologicamente correto.Segundo o último levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio de repasse às distribuidoras de Natal era de R$ 1,36. Com o reajuste negativo de 3%, o preço deve cair para R$ 1,32. Já o valor cobrado ao consumidor pelo metro cúbico do GNV na capital era de R$ 1,82. A diferença entre o preço de venda às distribuidoras e consumidores é de 33%.Se ocorrer, o reajuste afetará uma frota de 40,7 mil veículos potiguares que possuem sistema de gás natural. O número representa 6,3% da frota de 645 mil veículos registrada pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran RN).Através de sua assessoria de imprensa, o presidente do Sindicato do Comércio de Derivados de Petróleo do Estado (Sindipostos RN), Ismar Medeiros, informou que como a entidade não tem controle sobre os preços praticados e, por isso, não há como saber se haverá redução aos consumidores. Ele lembrou que o último reajuste de preços de 10,9% foi absorvido pelo mercado sem repasse.
QuedaEntidades de representação nacional, como a Associação Brasileira das Distribuidoras de Gás (Abegás) e a Associação Brasileira das Agências Reguladoras se reuniram e entregaram em dezembro um documento ao Ministério das Minas e Energia. O pedido era por uma ação do órgão, junto a Petrobras, para que pudesse ser reformulado o cálculo, para que as oscilações no preço fossem suspensas, estabelecendo que o preço tarifado a partir de fevereiro seja mantido no restante do ano. Em maio próximo, a Petrobras fará novo ajuste no preço do gás natural, ajuste esse que leva em conta a variação do petróleo no mercado internacional, IGPM (FGV) e taxa de câmbio (dólar), existindo a expectativa de uma nova redução, a depender, principalmente, da cotação do petróleo no mercado externo.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Souza Cruz internacionaliza porfólio e aproxima-se do varejo para vender



A impedição legal de diversas ações de divulgação para produtos derivados de nicotina tem motivado a Souza Cruz a procurar alternativas para promover seus produtos. Com restrições que vão muito além da proibição de peças publicitárias - é proibido também, por exemplo, patrocínio a eventos esportivos e culturais, ações de sampling ou promoção com direito a prêmios -, a companhia com 105 anos de estrada está procurando aproximar-se cada vez mais dos varejistas e revitalizar seu portfólio com marcas internacionais. No caso, as marcas pertencentes à companhia British American Tobacco, da qual a empresa nacional é subsidiária.
Após amargar o fracasso com a vinda das marcas Pall Mall e Kent, a empresa trouxe recentemente a Dunhill e agora traz Vogue, substituindo a nacional Capri, que deixa o mercado após 43 anos.
Internacionalização do portfólio visa agregar valorA Dunhill chega ao Brasil sob a chancela da Carlton, que agora estampa em sua embalagem as duas marcas. Foi feito uma pesquisa durante dois anos com seis mil consumidores para descobrir a melhor forma de introduzi-la no Brasil de forma a agregar valor ao atual portólio premium da companhia. Optou-se por fundir as marcas devido ao forte apelo de Carlton no Brasil, presente há 44 anos no mercado.
Ao contrário da Carlton, a opção de retirar a marca Capri do mercado explica-se devido a sua menor penetração no mercado. “Carlton vende nove bilhões de unidades por ano, enquanto que Capri vendia 40 milhões”, explica Marcelo Guimarães, gerente de marcas da Souza Cruz.
Já o lançamento da Vogue lida com uma oferta, na opinião da empresa, ainda inexistente no Brasil. “Pall Mall era um produto de preço médio, com vários concorrentes no mercado e Vogue chega como produto Super Premium, inspirado em Paris voltado ao público feminino. Com Pall Mall e Kent, acreditava-se que, por serem conhecidas internacionalmente, trariam uma velocidade de retorno mais rápida, mas não foi o que aconteceu”, ressalta Guimarães ao comparar o lançamento das três marcas.
Esforço no contato com varejistasAlém da internacionalização do portofólio como forma de agregar valor às suas marcas, os esforços tem se voltado à área de Trade Marketing. Se o ponto-de-venda já é a menina-dos-olhos de executivos das mais diversas companhias, isso é ainda mais forte para a Souza Cruz, já que este tornou-se o único ponto de contato da marca com seus consumidores. Uma das estratégias mais satisfatórias é a definição de um espaço definido para a comercialização de cigarros dentro do ponto-de-venda - o caixa -, e a restrição daquele espaço para divulgação.
O reforço no trade ficou ainda mais forte com o lançamento da revista Mais Varejo, editada pela companhia e voltada aos 250 mil varejistas clientes da companhia. A publicação trimestral, que teve seu primeiro número publicado em dezembro, traz textos com temas de interesses para os negócios, além de notícias sobre a Souza Cruz e seus produtos e outras informações sobre lazer.
“O exemplar é entregue em mãos a todos os nossos clientes. É uma forma de ter uma abrangência muito relevante ao atingir nossos varejistas, reforçando nossa marca, seus valores e objetivos entre eles”, diz Mauro Frota, gerente de desenvolvimento de Marketing da Souza Cruz.
Ações sociais para minimizar má imagem do cigarroOutra forma de contato são os programas de treinamento oferecidos pela Souza Cruz aos seus varejistas, em que são orientadas não apenas sobre como gerir os seus negócios, mas a também a promover os produtos da companhia. Ou ainda as visitas a diversos pontos-de-venda para conferir as necessidades e oportunidades para promover as vendas.
“Isso faz com que o varejo esteja comprometido com a venda de cigarro, tendo melhor conhecimento do produto e como organizá-los e apresentá-los aos consumidores”, diz Christopher Montenegro, presidente da Pop Marketing, agência responsável pelo trabalho da Souza Cruz no ponto-de-venda.
A Souza Cruz tenta combater a imagem ruim que a indústria de cigarros evoca em diversos setores da sociedade através de ações de responsabilidade social e ambiental, tendo em atividade 29 programas nesta área. “Acreditamos que quaisquer regulamentações e ações equilibradas que favoreçam o bom ambiente de convívio entre fumantes e não-fumantes é necessário e tem o apoio da Souza Cruz”, diz Jorge Araya, Diretor de Marketing da companhia.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Gifts promovem experiência com a marca



Para quem gosta de dizer que o Marketing vive inventando nomes para segmentos diversos dentro de sua atmosfera, o Mundo do Marketing foi atrás de mais um a fim de satisfazer este público e carimbar na lista um novo membro: Gifts. Mais conhecido em terras tupiniquins como “brinde”, este apetrecho do Marketing mais comum em promoções ou estratégias de relacionamento virou categoria no Festival de Cannes a partir de 2008.
Para falar em brindes no Brasil é indispensável citar a Coca-Cola e seus diversos gifts lançados todos os anos. Das mini-garrafinhas aos mini-craques da Copa do Mundo de Futebol em 1998, a marca mundial de refrigerantes comprova através de mais esta categoria ser uma fábrica de Ma
rketing.
Mais que um brinde, o “gift” é objeto de desejo para alguns consumidores e até colecionadores. Em pesquisa feita pela Ipsos, pessoas mostram gifts guardados em caixas cujo conteúdo é quase sempre de objetos com valor sentimental e particular de cada consumidor.
Fantasia, valor e vínculoA rede Giraffas aposta na diferenciação deste brindes para ganhar destaque no mercado de fast food. Ao contrário dos tradicionais bonecos licenciados do mundo do entretenimento, o Giraffas oferece ao público infantil objetos lúdicos que remetem a momentos de fantasia. “Desenvolvemos uma ação para a rede com o desenho animado Padrinhos Mágicos e, além dos bonecos, oferecemos uma varinha de condão. É um momento mágico das crianças”, conta Marina Pechlivanis (foto), sócia-diretora da Umbigo do Mundo em entrevista ao Mundo do Marketing.
Para cada objeto oferecido como brinde, o consumidor constrói um significado que pode mudar a percepção de valor. Alguns se transformam em amuletos, ganham poderes pela força da fé e assim tornam-se desejáveis por representar uma ação, um momento e também uma pessoa.
A força de um brinde está em diversos momentos do processo que o leva até o consumidor final. “O ritual de troca, por exemplo, é o contato feito para criar os primeiros vínculos entre marca e cliente. Assim como um link, o brinde conecta as pessoas com a empresa”, explica Marina durante o Giving Is Taking, evento realizado pela Associação de Marketing Promocional no Rio de Janeiro.
Gifts como ferramenta estratégicaUma das pioneiras a implantar a estratégia de gifts no Brasil, a Coca-Cola conhece este mercado a ponto de fazer uma simples tampinha de metal ser um objeto de desejo em todo o país. Em pleno século XXI a empresa ainda oferece as clássicas garrafinhas que no passado inspiraram colecionadores em todo o Brasil. De acordo com Luciana Feres, Diretora Executiva de Marketing da Coca-Cola Brasil, os gifts se transformam em objetos pessoas personalizados de diversas pessoas.
Apesar de ser uma ferramenta eficaz para tornar a marca cada vez mais amada pelo consumidor, é difícil um gift ser visto e usado da mesma forma por todos os consumidores. “Percebemos que existem itens da Coca-Cola decorando casas pelo Brasil, outros remetem os brindes ao estilo de vida americano, para outros tem um significado cultural ou um valor especial”, diz Luciana.
Assim como as garrafinhas de Coca-Cola eram usadas por meninas em brincadeiras de bonecas, o Yo-Yo fazia parte da pequena coleção de brinquedos dos meninos. Mensurar o valor de um contato como este com uma marca é uma tarefa que talvez não seja possível fazer com palavras ou números, mas para a companhia de refrigerante esta é uma ferramenta estratégica tem resultado positivo quanto o assunto é lembrança de marca e preferência pelo produto.
Pesquisa e idéias importadasEngana-se quem pensa que a Coca-Cola desenvolve gifts diferentes todos os dias, ou que a inspiração para criar brindes nunca acabe para os profissionais da empresa. Com um portfólio rico internacionalmente em promoções e gifts, é comum que as idéias sejam importadas, mas para implantar no país só depois de um minucioso trabalho de pesquisa.
Entre agências e banco de dados, a Coca-Cola desenvolve objetos valiosos para milhares de consumidores no país. “Não há biblioteca melhor para estudar do que as promoções que lançamos no mundo, mas só as pesquisas mostrarão se dará certo ou não no Brasil. Importamos algumas idéias e às vezes as agências também desenvolvem outras”, explica Luciana em entrevista ao site.
Quando uma agência está envolvida, o processo é simples e direto. “A gente oferece todo o repertório da marca, mostra o público que deverá ser atingido, e damos liberdade para que ela nos traga outras idéias. Com base em nosso banco de dados conseguimos avaliar qual será a aceitação comparando com outros resultados”, diz a Diretora Executiva de Marketing da Coca-Cola Brasil.
Gifts: o quinto mais aceito no BrasilPara conhecer e entender as tendências de mercado, a Ipsos realiza todo ano o Observatório de Tendências Ipsos. Informação e simplicidade devem estar integradas ao gift para que ocorra a hipervalorização da experiência com a marca. A pesquisa da Ipsos diz que a promoção mais aceita no mundo é o formato “Leve 3 Pague 2”, com 45% da preferência. O gift aparece em quinto lugar neste ranking das ações mais relevantes para o público.
Segundo Sonia Bittar, Diretora da área de Shopper & Retail da Ipsos Brasil, a América Latina é o continente onde o brinde tem maior importância para o consumidor em todo o planeta. “O Sudeste é a região que mais consome e lá o consumidor não aceita qualquer coisa. O sentimento quando ele recebe um gift é de que a marca deu algo de valor para ele”, diz Sonia durante o Giving Is Taking RJ.
De acordo com a pesquisa, no Brasil os consumidores preferem receber o brinde no ato da compra, desejam que seja um produto de qualidade, útil, gratuito e que haja opções de escolha. Com o cenário financeiro aguardado pelas empresas em 2009, os consumidores e colecionadores de gifts podem esperar por novidades. “No ano que vem a ferramenta promocional será muito usada porque entraremos em um ano de crise”, completa Luciana Feres, da Coca-Cola Brasil.