segunda-feira, 30 de junho de 2008

Política de marketing turístico no RN é pouco eficaz



Praia e sol são os principais atrativos do Rio Grande do Norte para atrair turistas, estrangeiros e brasileiros. Mas nada disso é atrativo se não houver uma estratégia de marketing capaz de convencer a vinda de visitantes para Natal e interior, uma tarefa a cargo da iniciativa privada e do poder público, que para dar resultado tem de ter infra-estrutura por trás disso tudo.E no caso do governo estadual, a política do marketing turístico é de fazer campanha pontual, como confirmou o subsecretário estadual do Turismo, Armando José e Silva, em relação a campanha a ser realizada em agosto e setembro na Europa, mais especificamente na Itália e Portugal.Consultor de Turismo para as iniciativas privadas e públicas, o baiano Paulo Gaudenzi afirma, com relação ao marketing turístico, que “diante de um quadro de alta competitividade como o do turismo hoje é muito difícil um produto turístico sobreviver sem um política de marketing bem definida e ágil”.Gaudenzi disse à TRIBUNA DO NORTE que “essa politica não pode considerar aspectos pontuais, mas sim uma visão estratégica e que contemple aspectos e cenários de curto, médio e longo prazos”.Armando José e Silva explica que “nesse momento” não existe nenhuma campanha publicitária em andamento para “vender” o Rio Grande do Norte lá fora, mas ele informou, ainda, que para o segundo semestre será feita outra campanha em São Paulo, tudo para atrair turistas para a chamada alta estação, que deve render frutos já em novembro deste ano.Segundo Silva, a campanha publicitária a se realizar na Itália e em Portugal, vai ter como parceira a Embratur, nos moldes daquilo que se denomina “envelopamento”, ou seja, revestir com adesivos ônibus e trens que cortam os dois países, além de espalhar outdoors em estações de metrôs com temas sobre o Rio Grande do Norte.Silva afirma que a Secretaria Estadual de Turismo (Setur) já realizou diversas campanhas regionais, e ultimamente vem participando de feiras nacionais e internacionais acompanhando o calendário de eventos, previamente aprovado pelo Conselho Estadual de Turismo (Conetur), principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.Também existem participações em eventos na América do Sul, principalmente na Argentina e Chile e em diversos países europeus, entre os quais Alemanha, Espanha, França, Inglaterra, Itália, Holanda, Portugal e Suécia.Com relação a gastos com publicidade, a Setur informa que no ano passado gastou R$ 927,3 mil em campanhas na TV Globo, em São Paulo, Ribeirão Preto e Campinas (SP), SBT, em São Paulo e ainda nos canais fechados de TV Globo News, GNT e Sport TV, além de 700 inserções na mídia Cinema e no jornal “O Globo”, afora banners em sites na internet e publicidade impressas nas revistas “Veja”, “Viagem e Turismo” e “Guia 4 Rodas do RN” e em Portugal.Sites têm espaço para melhorasO governo estadual e a prefeitura de Natal mantêm sites na internet. No caso da Secretaria Estadual de Turismo (Setur) pode ser visto em três idiomas – português, inglês e espanhol -, trazendo informações sobre atrações como artesanato, belezas naturais, carnaval, culinária, ecoturismo, esportes de aventura, festas junina, folclore, turismo pedagógico e personalidade, no caso o escritor Câmara Cascudo.Além disso, o site www.setur.rn.gov.br traz informações sobre 58 municípios e outros destinos turísticos, como as principais praias potiguares e ainda dicas de roteiros de aventura, ecoturismo, religioso e pedagógico.Afora isso, o site traz informações, algumas já defasadas, sobre o aspecto administrativo e o Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur).Já o site da Secretaria Municipal de Turismo (Sectur) é acessado através de um link na pagina da internet da prefeitura www.natal.rn.gov.br .No link da própria Sectur, tem um outro para o Portal do Turismo, onde existe uma apresentação sobre Natal e outros links sobre informações turísticas, como localização da praias, restaurantes, museus, monumentos históricos e outras atrações para os turistas.O Portal também traz informações sobre o folclore e agenda anual de eventos, inclusive artísticos e religiosos e fotos da capital potiguar.Secretaria de Natal não tem dados, mas fala de açõesA Secretaria de Turismo de Natal não divulgou os valores investidos em divulgação turística nos últimos anos, tampouco detalhou o planejamento para este ano. Contudo, o secretário Fernando Bezerril contou que aproveitou o 3º Salão de Turismo, realizado na semana passada no Anhembi, em São Paulo, para divulgar a programação do “Natal em Natal”, promoção que se realizará na capital potiguar no mês de dezembro.Uma nova folheteria foi distribuída no evento, mostrando não só o aspecto artístico como os principais atrativos turísticos e culturais da capital potiguar. Gorros de Papai Noel também foram distribuídos no evento.Outro ponto alto da participação da Secretaria de Turismo de Natal no Salão foi a entrega do prêmio “Caras - Sete Maravilhas do Brasil” ao Forte dos Reis Magos, entregue pelo diretor financeiro da revista, Félix Liguori, ao secretário Fernando Bezerril, primeiro a receber a notícia da premiação, há dois meses, através de comunicado da diretora de Marketing de Caras, Valença Sotero. Bezerril lembrou a importância do prêmio para Natal, já que a revista Caras é um veículo de comunicação de ampla credibilidade nacional. “O Forte dos Reis Magos merecia estar nesta lista. Os leitores da revista foram muito sensíveis ao votar no nosso principal monumento histórico”, observou ele. Quanto ao fato de Natal ter sido um dos destinos mais procurados nos pacotes comercializados durante o Salão, Bezerril disse que esperava essa tendência, já que a cidade é uma das preferidas do público paulista. “A baixa estação é passado. Agora vamos colher os bons resultados de julho. As companhias aéreas já informaram que os vôos estão lotados e a hotelaria de Natal certamente terá boas taxas de ocupação em julho e ao longo do segundo semestre.”Recursos ainda são poucos, diz ABIHO presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) do RN, Enrico Fermi reconhece que o governo estadual tem destinado verba para a divulgação turística do RN pelo país e no exterior, mas afirma que o dinheiro disponibilizado “ainda é muito pouco” em comparação aos recursos dos governos de outros estados, como Bahia, Ceará e Pernambuco. Ele lamenta, por exemplo, que em São Paulo, como o maior pólo emissor de turistas para a região Nordeste, não exista nenhum outdoor promovendo o RN. Segundo ele, até um acordo que existia entre a iniciativa privada, o governo estadual e a prefeitura de Natal deixou de ser praticado, que era a partilha dos gastos da verba publicitária. “As empresas entravam com 20%, a prefeitura com 30% e o governo do Estado com 50%”, relembrou. Fermi diz que esse acordo existiu na época em que eram secretários estadual e municipal de Turismo, Ivanaldo Bezerra e Murilo Felinto”, que faziam parte de governos que não tinham aliança política nenhuma. Hoje, reforça ele, Natal e o Estado são administrados por um mesmo partido, mas esse tipo de parceria não vem sendo provocada. Para Fermi, como não existem recursos suficientes, fica difícil investir em marketing na mídia eletrônica, que é mais forte para atingir o grande universo de turistas em potencial, que atualmente, explica ele, são as classes “C” e “D” em decorrência do aumento do poder aquisitivo das pessoas. “Espaço de televisão em São Paulo é muito caro”, reconheceu.Bate-papo com Paulo Galdenzi - consultorPor 12 anos secretário estadual de Cultura e Turismo da Bahia e por 18 anos presidente da Bahiatursa, Paulo Gaudenzi, 63 anos, vem atuando como consultor de Turismo para empresas e governos desde 2007 e já foi cotado para ser o secretário estadual de Turismo do RN. Nesta entrevista, ele faz uma análise sobre a importância do marketing para a chamada indústria “sem chaminé”. Até que ponto o marketing é importante para atrair turistas? Diante de um quadro de alta competitividade como o do turismo hoje é muito difícil um produto turístico sobreviver sem um politica de marketing bem definida e ágil. Essa politica não pode considerar aspectos pontuais, mas sim uma visão estratégica e que contemple aspectos e cenários de curto, médio e longo prazos.O senhor acha que o marketing é suficiente para atrair e manter o fluxo turístico? O marketing é muito importante, mas só pode ser aplicado se houver um bom produto, com bom preço, (compatível com o mercado que vai ser trabalhado), e com bons e eficientes canais de distribuição desse produto.Quais pré-requisitos são necessários para se manter ou fazer uma campanha de marketing? Em primeiro lugar deve existir as condições previstas na resposta anterior. As campanhas devem ter sustentação através de várias ações complementares como abastecimento dos pontos de vendas,acompanhamento da comercialização dos operadores, constante atualização do site de informações, etc. A quantidade de recursos é proporcional ao que se quer alcançar. As campanhas não pode nem devem ser feitas ,uma hoje outra no ano seguinte. Devem ser pensadas para ter continuidade. É muito importante a participação do setor privado pois eles devem também se sentir responsáveis por esse produto a ser vendido e não só o governo. Ainda mas porque os governos só podem vender imagem, sonho, fantasia... Enquanto a iniciativa privada vem junto para vender o produto com preços, etc. Além de influir na relação com os parceiros vendedores dos mercados emissivos. O poder público é parceiro da iniciativa privada. Cabe também ao poder público o papel de incentivador dessa atividade, é responsável por um grande papel que é a construção da infra-estrutura, básica para o avanço dos futuros empreendimentos privados e melhoria dos já existentes.Como o senhor avalia o marketing turístico no Nordeste e no Brasil?O Nordeste é o grande produto de sol e mar do Brasil, e que pode associar a cultura local como diferencial desse produto turístico. A região é a mais próxima dos Estados Unidos e da Europa e está a seis e sete horas da Argentina. Assim o Brasil precisa investir sempre mais e de forma crescente no Nordeste.

sábado, 28 de junho de 2008

CERVEJINHA MAIS CARA! Segundo o governo, Cervejas, águas e refrigerantes ficarão mais caros e pagarão mais impostos( 28/09/2008)



Brasília (AE) - O setor de bebidas pagará mais impostos a partir de 1º de janeiro de 2009. O governo publicou ontem no Diário Oficial da União a Medida Provisória (MP) 436, que altera a fórmula de cálculo da cobrança de IPI, PIS e Cofins incidentes sobre a venda de águas, refrigerantes e cervejas. A tributação será maior para os produtos mais caros.O governo decidiu também financiar a instalação de medidores de vazão e de produção nas fábricas. Os gastos com a instalação dos equipamentos poderão ser abatidos do PIS e Cofins devidos à Receita Federal.A MP altera a Lei 11.727, aprovada este mês pelo Congresso Nacional, que entraria em vigor em 1º de outubro. O secretário-adjunto da Receita Carlos Alberto Barreto disse à Agência Estado que o objetivo da medida não é o de aumentar a carga tributária, e sim resolver o problema da “regressividade tributária”.Segundo Barreto, hoje é aplicada uma alíquota única dos tributos sobre a quantidade de litros produzidos, independentemente do preço, o que recai sobre os pequenos fabricantes. “A cerveja mais cara paga o mesmo tributo da mais barata. Proporcionalmente, quanto maior o preço, menor a carga”, explicou. Barreto disse que a nova regra é uma tentativa de se resolver o problema do ponto de vista fiscal e da concorrência sem afrouxar a fiscalização.Com a nova legislação, a tributação incidirá sobre o preço do produto. “A alíquota vai variar dependendo do tipo de embalagem (lata, garrafa etc.) e do preço praticado no varejo”, explicou o secretário. A Receita fará uma licitação para contratar um instituto de pesquisa que ficará encarregado de levantar o preço de cada produto no varejo. Com base nesse levantamento, serão criadas faixas de tributação por valores de cada produto, de forma que a alíquota seja maior para os mais caros.Barreto disse ainda que não é possível estimar o tamanho do crescimento da arrecadação neste setor. “O aumento virá pelo ajuste no sistema. Os valores dependem da visão que vamos ter com esse levantamento de preços que será feito.”Por outro lado, a Receita permitirá que as empresas deduzam do pagamento do PIS e da Cofins os custos com a instalação dos medidores de vazão, que calculam a quantidade de litros fabricados na própria linha de produção. O benefício atingirá principalmente os pequenos produtores de refrigerantes (até 30 milhões de litros por ano), que ainda têm até junho de 2009 para instalar os equipamentos.

Combustíveis aumentam até 10% em Natal (28/09/2008)


Pesquisa divulgada ontem pelo Procon Municipal de Natal mostra que os preços do álcool, do diesel, do gás de cozinha (GLP) e do gás natural veicular (GNV) aumentaram entre 5% e 11% nos últimos três meses. Feito em postos de Natal e Nova Parnamirim, o levantamento foi realizado no início desta semana, junto a 116 estabelecimentos. Segundo os dados do Procon, comparando os preços atuais com os de fevereiro, o álcool aumentou 8,09%, o diesel 10,04%, o gás de cozinha 5,44% e o gás natural veicular 8%. Apenas a gasolina comum e a aditivada registraram redução (-0,83% e -1,05%, respectivamente).O diesel, combustível em que se verificou a maior variação, está custando, em média, R$ 2,017 por litro, mas esse valor pode subir para até R$ 2,09 em alguns casos. Contudo, segundo o Procon, o preço mais comum é R$ 1,97.Em relação ao álcool comum, o levantamento mostra que o preço atual está em média R$ 1,776, 8% a mais do que o cobrado em fevereiro, quando o litro do combustível custava R$ 1,643. Segundo o Procon, este valor de R$ 1,776 já representa 70,5% do valor da gasolina, “o que talvez não represente vantagem para o consumidor que possui veículo flex, uma vez que o seu gasto com álcool será maior do que se utilizasse a gasolina”.Ainda de acordo com o texto da pesquisa, “com relação ao álcool, acontece algo parecido do que o que ocorre com a gasolina: em janeiro, eram 29 preços diferentes; em fevereiro eram 26, e, agora, em junho, são apenas 12 preços diferentes num universo de 114 postos”.Já o gás natural veicular está custando, em média, R$ 1,682 por metro cúbico, registrando aumento médio de 8% em relação a fevereiro. “Todos os postos que dispõem do GNV promoveram aumento nesse período, sendo que quase todos aumentaram em índices que vão de 5% a 10%”, comentam os pesquisadores, que também destacam a falta de opção para o consumidor: “ele tem poucas opções, pois em 85,3% dos postos pesquisados o GNV custa R$ 1,690 por m3”. GasolinaA gasolina comum está custando, em média R$ 2,521, contra R$ 2,542 em fevereiro deste ano. Na maioria dos postos (82%) o Procon Municipal constatou redução nos preços da gasolina, 6,3% mantiveram os preços e 11,7% deles aumentaram seus preços. A diferença entre o maior e o menor preço da gasolina é de 9,35%, equivalendo a R$ 0,26 por litro. Os pesquisadores do Procon destacam que, em janeiro, a pesquisa constatou 31 preços diferentes para a gasolina; em fevereiro, eram 17 preços diferentes, e agora, em junho, são apenas 14 preços diferentes para um total de 114 postos. “Isso significa que alternativas de abastecimento para os consumidores estão se estreitando”, diz o texto da pesquisa, cujos detalhes podem ser encontrados no Procon Municipal (3232-9050/9051).

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Mobile advertising: mensagens para usuários só com autorização


Em um panorama sobre mobile marketing, Marcelo Castelo, sócio-diretor da F.Biz, falou sobre mobile advertising, que é mais simples do que mobile Marketing. E apesar do sucesso da Internet, o celular como mídia apresenta números que mostram maior acessibilidade e velocidade quanto a utilização do público.
Com esta mídia móvel o usuário tem muito potencial o que faz o mercado crescer constantemente. De acordo com Marcelo Castelo, 66% da população usa celular, com maior fatia dos usuários pertencente à classe C. Dos atuais usuários de celular no Brasil, 50% deles enviam SMS. “O crescimento do celular como mídia é três vezes maior do que a Internet”, conta o executivo durante o Painel Mobile Marketing, no III Seminário Marketing 360º.
O benefício que as estratégias de comunicação via celular trazem ao usuário começam com o opt-in, um sistema onde o usuário autoriza o envio de mensagens desde que relevantes para ele. “A maior preocupação é o usuário ter opt-in porque a mensagens de anunciantes é muito restrita, mas se oferecer informações úteis, ótimo”, explica Castelo.
Entre os principais desafios deste setor, de acordo com o sócio-diretor da agência F.Biz, são: padronização de formatos para o celular - como o site wap -, criar uma tabela de preços ou um Midia Kit, desenvolver uma auditoria capaz de avaliar os serviços de acordo com os usuários e serviço de banner. “Este mercado está só começando”, completa Marcelo Castelo.

Dólar cai no fim do dia e volta a fechar abaixo de R$ 1,60




O dólar fechou em queda nesta sexta-feira, revertendo a direção no final do dia com a entrada de recursos e o desmonte de posições no mercado futuro, segundo analistas. A moeda voltou a ficar abaixo de R$ 1,60. Na quarta-feira, já havia atingido esse nível, mas subiu na quinta. Agora, voltou a cair.Em uma sessão de cautela pelo cenário externo negativo, a moeda norte-americana caiu 0,37%, para R$ 1,596. Em uma semana, o dólar acumulou baixa de 0,68%.
Reservas internacionais superam os US$ 200 bi pela 1ª vez Bovespa sobe e volta ao patamar dos 64 mil pontos Análise: investir em fundos cambiais não é indicadoO dólar passou parte da sessão em alta, refletindo o mau humor das principais bolsas de valores. Mas na última hora de negócios, voltou a romper o nível de R$ 1,60.Segundo Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, o mercado seguiu a volatilidade global. "O pessoal vai vendendo as ações de bancos e vai levando tudo para baixo."
VALOR DO DÓLAR
Data
Cotaçãoem R$
20/6
1,604
23/6
1,613
24/6
1,603
25/6
1,591
26/6
1,602
27/6
1,596
As Bolsas norte-americanas operavam em queda por preocupações com o preço do petróleo e o temor de mais perdas no setor financeiro. Por aqui, no entanto, o principal índice da Bolsa paulista apresentava alta moderada."Do ponto de vista do investidor aqui continua sendo interessante. A gente não vê saída (de dólares) do mercado", acrescentou Galhardo, referindo-se à baixa do dólar no fim da sessão.Ele também lembrou que exportadores aproveitam as altas pontuais da divisa para fechar contratos, o que volta a derrubar a cotação do dólar.De acordo com Sidnei Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora de Câmbio, a volatilidade deve-se mais a fatores internos. "Na realidade, ninguém tem muito interesse que o dólar caia abaixo de R$ 1,60", disse o diretor, ressaltando que os bancos continuam com posições compradas (que apostam na alta da moeda norte-americana).Essas instituições aproveitam a alta da cotação para desmontar posições e despejam dólares no mercado à vista.O diretor espera que na segunda-feira o mercado cambial também opere com volatilidade com a "briga pela Ptax", taxa usada na liquidação dos contratos futuros.Nesta sexta-feira, o Banco Central realizou um leilão de swap cambial reverso e vendeu 31.060 contratos de uma oferta total de 35.000. A operação foi equivalente a US$ 1,485 bilhão.O BC também realizou um leilão de compra de dólares no mercado à vista e definiu taxa de corte a R$ 1,6015.Mais cedo, o governo divulgou medidas que flexibilizam regras para as operações cambiais, num esforço para internacionalizar o real. Segundo Galhardo, da Treviso, o mercado ainda está digerindo o anúncio.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Indústria do RN faturou R$ 4,1 bilhões em 2006



A indústria do Rio Grande do Norte faturou R$ 4,1 bilhões em 2006, crescimento real de 1% em relação ao ano anterior. Esta é uma das informações divulgadas ontem pelo IBGE com dados da Pesquisa Industrial Anual, apontada como uma das poucas fontes detalhadas sobre o setor. De acordo com os dados do estudo, em 2006 o RN tinha 1.415 unidades industriais que empregavam 59,9 mil pessoas. Segundo a pesquisa, 8,9% das unidades industrias do RN eram do segmento extrativo mineral (petróleo, etc) e 91% da área de transformação (alimentos, bebidas, vestuário, etc). Já quando se fala em faturamento, a participação da indústria extrativa sobe para 36%. No total, as indústrias do RN registraram faturamento de R$ 4,1 bilhões em 2006 - corresponde a cerca de 0,3% do total nacional -, contra R$ 3,9 bilhões em 2005. Em valores nominais, o crescimento da receita líquida do setor no RN seria de 5,1%, porém, a tecnologista do IBGE Viviane Cruz explica que, quando é descontada a inflação, esse crescimento cai para 1%. Ela usou o IPCA como deflator.
EmpregoEm relação ao pessoal, a pesquisa mostra que a indústria pagou cerca de R$ 772 milhões em salários, retiradas e outras remunerações - aproximadamente 3,16 salários mínimos, em média, por pessoa. O setor extrativo detinha 14% das ocupações enquanto que o setor de transformação detinha 86%, sendo os três maiores empregadores as industrias de fabricação de alimentos e bebidas (26,5%), vestuário e acessórios (21,9%) e fabricação de produtos minerais não-metálicos (9,9%). Juntos estes três segmentos pagaram em salários, retiradas e outras remunerações o equivalente a R$ 212 milhões, ou seja, aproximadamente 53% do que foi pago em todo o setor da indústria de transformação do estado.NacionalEm relação às regiões, a pesquisa mostrou que as grandes empresas industriais localizavam-se principalmente nas regiões Sudeste (52,2%) e Sul (25,1%). As demais áreas mostravam as seguintes participações: Nordeste, 12,6%; Centro-Oeste, 5,9%; e Norte, 4,2%. De acordo com o levantamento, o número das grandes empresas industriais era significativo nos segmentos de refino de petróleo e produção de álcool (36,8%) e fumo (15,9%) - setores que respondiam por mais de 95% do valor da transformação industrial em 2006.No total, em 2006, estavam em atividade no País 3.448 grandes empresas industriais (com 250 ou mais pessoas ocupadas), que empregavam cerca de 50% do total de pessoas ocupadas no setor, com uma média de 980 funcionários por empresa Esse total de empresas pagava 67,3% do total de salários do setor industrial, respondendo por 78,9% do valor do Produto Interno Bruto (PIB) da indústria (transformação industrial).

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Empresas devem buscar inovação no consumidor do futuro



Atributo tão requisitado pelas empresas, a inovação é o objetivo de muitas pesquisas atualmente. É o caso da Future View, metodologia de pesquisa de mercado pertencente à TNS e que atende multinacionais como Unilever, Motorola e Procter & Gamble.
À frente está o neozelandês Malcolm Law, que esteve ontem em São Paulo para falar sobre o modelo o qual criou. Através dos “future shapers”, consumidores adeptos de novas tendências e produtos, o método consiste em adaptar o Marketing das empresas de acordo com as novas necessidades e gostos percebidos por estas pessoas e que poderão ser adquiridos pelo consumidor comum no futuro.
Em entrevista ao Mundo do Marketing, o especialista em tendências de mercado explica sobre esse trabalho e como identificar o comportamento do consumor no futuro.
Quem são os “future shapers”?Eles são um pequeno grupo de consumidores que estão qualquer categoria. Muitos não são future shapers à primeira vista, já que podem ser em algumas categorias e em outras não. Logo, quando pensamos em quem são os “future shapers”, devemos pensar em que categoria consideraríamos. Mas os future shapers são aquele pequeno grupo de pessoas que está provocando mudanças na categoria e modelando o seu futuro.
Quais são as diferenças entre os “future shapers” e os “early adopters”?“Early adopters” são pessoas curiosas em novos desenvolvimentos de produtos ou os primeiros a testar uma nova coisa. Mas a experiência em pesquisa de inovação permite dizer que esses “early adopters” também são geralmente “early abandons” de novas idéias. Então eles tendem a ser pessoas interessadas no novo, mas quando surge algo ainda mais novo, o interesse parte para outra coisa.
O que esses “future shapers” querem comprar?Não falamos de future shapers como algo em geral, mas como um grupo de pessoas em determinada categoria. A resposta dessa pergunta depende de qual categoria estamos considerando. Então há os “future shapers” em alimentação que talvez estejam procurando algum novo tipo de alimento. Em tecnologia móvel podem estar buscando novas funcionalidades. Então, não há como simplesmente generalizar os future shapers para todas as categorias.
Como isso afetará as marcas no futuro?Temos que entender as necessidades e motivações que as características de produtos emergentes os future shapers estão desejando. O modo como vamos analisar isso em detalhes dependerá de como os future shapers nessa categoria são diferentes do consumidor comum.
A grande vantagem dos future shapers é ter um sinal de para onde o futuro está indo. O que eles estão fazendo hoje é uma boa indicação do que as pessoas estarão fazendo no futuro. Os novos comportamentos ou novos problemas são um bom sinal de para onde o mercado está indo.
Hoje em dia há marcas com projeto focando nesses consumidores?Acho que um bom exemplo é a Apple, com o Ipod. Acredito que muitas pessoas achem que o produto é um sucesso por conta de seu “design sexy”, o que sem dúvida é um apelo do futuro. Mas, se você observar outras características que o Ipod oferece, tudo o que ele faz é muito sob tendências de forma a cumprir as necessidades e gostos dos novos consumidores. No Ipod você pode criar o seu próprio repertório completamente adequado para o seu gosto e até colocar o seu nome no visor. Acredito que o Ipod está extremamente sob tendências e não é apenas um design legal.
E as marcas brasileiras. Você conhece alguma que esteja focada neste tipo de consumidor?Não conheço muito as marcas brasileiras. Estou desenvolvendo opiniões sobre o país há apenas dois dias! (risos) Receio que seja um pouco novato em relação às empresas do Brasil.
Como uma marca pode prever sua posição no mercado do futuro ao observar esses novos consumidores?Isso nos leva novamente para onde os future shapers estão levando o mercado. Uma das coisas que fazemos comumente é identificar os future shapers em determinada categoria. A partir daí, eles trabalham conosco como consultores de criação, que dão suas próprias opiniões acerca do futuro, particularmente como vêem a evolução daquela categoria, o que eles acreditam que os consumidores precisarão no futuro. Eles nos ajudam a construir novos conceitos, essencialmente, a partir dessas novas necessidades. Estamos desenvolvendo produtos e serviços que talvez em três anos entrem no mercado. E esse é o grande desafio para muitas empresas hoje em dia: desenvolver inovações para serem lançadas no mercado.
Como as empresas podem adaptar o seu Marketing para novos produtos para esses consumidores?Uma das coisas principais é entender que os future shapers são muito mais cínicos quanto ao modelo comum de Marketing. A propaganda é vista por eles como muito falatório e não prova do que realmente um produto é capaz de fazer. Há muito mais questionamento e reclamações. As empresas devem então não apenas fazer falatório em propaganda, mas também provar as promessas que fazem, baseando-se na realidade. É preciso oferecer ao consumidor uma experiência vívida com a marca, através de um “Marketing de Experiência”.
Esses modelos podem ser aplicados em qualquer categoria?Essencialmente é um modelo que está sendo desenvolvido mais entre comportamento de consumo do que em relações entre empresas. Ou seja, isso se aplica no mercado voltado ao consumidor final, e não no mercado B2B. Mas nas categorias de produtos para consumidor final, sim, se aplicam a qualquer uma, seja alimentos, tecnologia ou turismo.
Que companhias utilizam o modelo Future View?Em todo o mundo, trabalhamos com empresas multinacionais bem conhecidas. Para citar algumas, há a Unilever, Procter & Gamble e Nestlé, Motorola, LG, Inbev...
Inbev é uma empresa brasileira também.Verdade! (risos) É um conjunto de empresas, mas, sim, os brasileiros estão bem espalhados por lá. Acho que o Grupo Inbev seria o melhor exemplo de empresa brasileira (que está olhando para os Future Shapers).

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Serviço de TV por assinatura está em expansão no RN


TV por assinatura atrai públicos das classes A, B e C, tanto na capital quanto no interior22/06/2008 - Tribuna do Norte
Valdir Julião - Repórter de Economia
Por razões de estratégia comercial, as empresas de TV por assinatura evitam falar em números, mas todas admitem que esse é um segmento da indústria de entretenimento e lazer em franca expansão no Rio Grande do Norte. Tanto é que o setor já passa por uma acomodação no mercado, seguindo uma tendência mundial de convergência de mídia, o chamado “triple play”, na qual as empresas incluem num só pacote os serviços de telefonia, internet e a televisão fechada, paga por assinatura.O gerente da Cabo Telecom, Aldo Silva, disse que no Rio Grande do Norte a evolução do mercado de TV por assinatura não é diferente do resto do Brasil, que em 2007 já contava com 5,3 milhões de assinantes. Segundo Silva, a clientela da Cabo TV é 80% das classes B e C e os outros 20% basicamente da classe A. É para atender esse perfil de assinantes que a empresa trabalha para prestar o melhor serviço, inclusive realizando treinamento e capacitação dos seus profissionais. Embora as empresas não tenham a norma de falar em números, como falar em volumes de faturamento e nem apresentem dados quanto ao potencial de assinaturas, o site da Cabo Telecom, única TV por assinatura via cabo de Natal, informa que gera uma média de 170 empregos diretos e 60 indiretos em Natal. A Cabo Telecom atende clientes em 29 bairros de Natal, com um total de 115 mil domicílios que recebem o sinal da TV e internet.Dono da TV União, Manoel Ramalho, foi o segundo empresário a implantar uma TV por assinatura no Rio Grande do Norte: em 1994, em Assu. Mas, ele acha que o mercado de TV por assinatura tem maior potencial de crescimento na capital do que no interior, “onde o poder aquisitivo da população é mais baixo”.Mesmo assim, ele acha que proporcionalmente o potencial de expansão da TV paga no Rio Grande do Norte “é maior que no Brasil”. Porém, Manoel Ramalho diz que um fator ainda pode travar esse crescimento, que é o fato do órgão regulador do setor, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), não estar abrindo editais para a oferta de serviços para TV por assinatura, por isso, ele acha difícil, por exemplo, que tão cedo chegue a TV paga em Caicó, a exemplo do que ele fez em Assu, “onde implantei o serviço quando não havia, ainda, a lei da TV a cabo”.JET também quer expandir no RNOutra empresa que atua no estado é a JET. Segundo a empresa, ela registrou crescimento no primeiro semestre, parte disso graças ao desempenho na base de clientes na Grande Natal, que está 16% maior em relação ao primeiro semestre do ano passado.A Jet TV por assinatura e Internet banda larga está colocando à risca o seu plano de expansão no país. Além da atuação em 10 estados, incluindo o Rio Grande do Norte, e mais de 50 municípios, a empresa está prestes a inaugurar suas operações em Campo Grande (MS) e em Teresina (PI). Com o reforço de cobertura nas áreas de Parnamirim e Nova Parnamirim, a base de assinantes da empresa na Grande Natal aumentou 16% no primeiro semestre do ano em relação ao mesmo período do ano passado. A atuação da JET no Rio Grande do Norte engloba as cidades de Natal, Ceará-Mirim, Extremoz, Macaíba, Parnamirim e São Gonçalo do Amarante. Nesses locais, empresa já encarou os custos e os desafios com a concorrência de mercado para trabalhar o sistema MMDS (Multipoint Multichannel Distribution System).Fundada em 1997 no Rio de Janeiro, a Acom Comunicações S.A., detentora da marca JET, começou a oferecer também telefonia fixa em Santos (SP), em parceria com a Tellfree, serviço que deve chegar às demais praças onde a empresa atua no segundo semestre deste ano, inclusive no Rio Grande do Norte. Também no segundo semestre, a JET vai testar a tecnologia WiMAX em pelo menos três cidades: Natal, Maceió e Santos. Empregos Uma das grandes preocupações da empresa de acordo com a gerente de marketing Ana Carolina, é a geração de empregos a nível local. Ao todo São cerca de 130 empregos gerados, entre funcionários próprios e terceirizados, somente para esta cidade. Ainda há os empregos que esta filial gera para a empresa de call center localizada no Rio de Janeiro. No Total a empresa gera mais de 900 empregos em todo o Brasil. Provedores de internet mudam o focoAs bases de assinantes dos provedores independentes de internet foram absorvidas pela Cabo Telecom, seguindo uma tendência mundial no mercado de Tecnologia da Informação (TI) de convergência de serviços integrados: vídeo, internet e telefonia.A Cabo Telecom, então, passou a atender a base de assinantes da Digizap, Interjato e ainda da Supercabo, que já tinha uma parceria com aquela empresa de TV por assinatura.O gerente da Cabo Telecom, Aldo Silva, informou que os usuários dos serviços da empresa, vinham recebendo duas faturas, uma pela TV paga e outra pela internet, depois da absorção dessas bases de assinantes dos provedores independentes, os consumidores passarão a receber um boleto único.“O que nós queremos é que essa prestação de serviço seja feita de forma direta”, diz ele, para informar que a Cabo Telecom, que também deve absorver profissionais dessas empresas.Os diretores da Interjato e Digizap emitiram notas sobre as mudanças ocorridas, que continuam no mercado prestando outros serviços que já eram de sua carteira de atendimento. O diretor geral da Interjato, Erich Rodrigues, disse que a empresa continua no mercado oferecendo os produtos que complementam o seu portfólio, como o Interjato VoiP (telefonia pela Internet), Interjato Rádio (em áreas fora do alcance da rede Cabo), Interjato Hospedagem e o novo Interjato Mobile (Internet móvel).“Todas as empresas desse segmento de TV por assinatura, como OI, Net, Telefônica, já fizeram essa convergência, achou que só falta fazer em Natal”, disse Renato Alves, um dos diretores da Digizap. Para outro diretor da empresa, George Ferreira, o mercado de TV por assinatura “está funcionando como commodities” e Natal não podia fugir à essa tendência mundial, de uma operadora oferecer serviços digitais de TV, voz e dados a partir de uma única rede de acesso. Pioneiro passou de 17 para 5 mil assinantesPioneiro na oferta de TV por assinatura no Norte e Nordeste do Brasil, Siderley Toscano implantou a sua televisão a cabo em Currais Novos em 1992. “Começamos com 17 e hoje tem cinco mil assinantes”, informou ele, que agora pretende investir cerca de R$ 2 milhões na instalação de uma rede de cabos de fibra ótica, a fim de substituir os cabos coaxiais (de alumínio), já se preparando para prestar um serviço de TV digital e de alta definição. Segundo Toscano, o mercado de TV por assinatura tem tudo para se expandir em Natal e no interior do Estado, inclusive em Currais Novos, onde ele diz que o índice de cobertura de 60% dos domicílios “é proporcionalmente o maior do do Brasil”, até mesmo superando uma metrópole como São Paulo.“Nós temos cliente pagando a assinatura com o dinheiro do Bolsa Família”, não esconde Toscano, satisfeito em poder atender uma clientela de baixa renda. Toscano explica que favoreceu muito o crescimento da Sidy’s Comunicação Ltda o fato de que em Currais Novos, como em outros municípios do interior, o sinal da TV aberta é muito ruim, porque são transmitidos através de repetidoras. “Só melhoram em época de política”, afirmou ele, contando ainda, que na maioria dos municípios a televisão “é o principal lazer das pessoas”, por causa da falta de opção de divertimentos. Para Toscano, Caicó também tem um potencial a ser explorado pelas empresas de TV por assinatura. Segundo ele, a Sidy’s “só não vai entrar lá” porque falta dinheiro para um investimento em torno de R$ 5 milhões.

CEOs crêem na força da marca, mas não participam da gestão


A importância das marcas para os presidentes das maiores empresas brasileiras foi confirmada com uma nova pesquisa. O estudo "As Marcas na Agenda dos CEOs", realizado pela Troiano Consultoria de Marca, perguntou a 50 CEOs a opinião deles sobre o papel da marca em uma empresa e como é o seu envolvimento sua gestão deste ativo intangível.
O estudo é pioneiro em todo o mundo, já que nenhuma pesquisa teria conversado com tantos CEOs para tratar exclusivamente sobre gestão de marcas. Segundo o levantamento, a gestão de marcas é a segunda maior preocupação desses executivos, com 69% de índice de resposta, perdendo apenas para Inovação, com 75%. Para 85% deles, a marca é o valor intangível mais precioso da empresa.
No entanto, a pesquisa constatou um certo distanciamento entre teoria e prática. O trabalho de gerenciamento de marcas, tanto corporativa como de produtos, está muito concentrada nos departamentos de Marketing, embora 71% dos CEOs tenham respondido que discordam que isso seja o correto.
Pesquisas de avaliação de marca, tanto em relação no aspecto econômico, força ou imagem, são ignoradas ou pouco utilizadas pelos presidentes de empresas ouvidos - apenas 2% deles freqüentemente calculam em números o valor da marca.
Levi Carneiro, consultor da Troiano e um dos coordenadores da pesquisa, explica a pesquisa como um processo em transição, já percebido pelo mercado, mas que só com esse estudo ganha uma confirmação e um primeiro passo para a mudança de atitude dos principais executivos das empresas.
Quem foram os CEOs que participaram da pesquisa?Foram feitas 50 entrevistas pessoais com presidentes de empresas que estão localizadas em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, mas muitas delas atuam em todo o Brasil. São empresas de grande porte, com tamanho considerável, com faturamento anual de mais de R$ 1 bilhão. Todas elas representam cerca de 6% do PIB brasileiro.
Como eles vêem a gestão de marcas?Para eles, as marcas agregam valor, ajudam a proteger a empresa e é uma referência do ativo. Elas fazem parte até do orgulho pessoal do CEO, que está naquela empresa, entre outros motivos, por causa da marca. Agora eles dizem que estão dando atenção à marca junto com outros assuntos considerados importantes, que são a governança corporativa e a questão da inovação. A gestão de marca está com o mesmo grau de importância desses dois temas.
Quando as marcas passaram a fazer parte das principais preocupações desses executivos?É difícil definir isso porque não havia nenhum parâmetro antes, apenas uma dedução por vivência do mercado. Como a nossa pesquisa é pioneira, ou seja, nunca alguém sentou com tantos CEOs para falar exclusivamente sobre gestão de marcas, não há uma série histórica que possa comprovar o crescimento da importância da marca para esses executivos. Mas o fato é que nesse retrato dá para ver que esse é um tema absolutamente importante.
A pesquisa, no entanto, revelou uma discrepância entre importância da marca percebida pelos CEOs e sua participação em sua gestão. Por que isso acontece?Na verdade, existe um processo que vem se amadurecendo. Há uma crescente importância da marca, seja como forma de agregar valor, de constituir um ativo da empresa, ou de protegê-la. Essas diferentes maneiras com que a marca vem aparecendo certamente se cristalizou nos presidentes das empresas. Como vimos na pesquisa, 85% dos CEO consideram a marca como principal ativo intangível das empresas.
Mas quando perguntamos sobre qual departamento está mais envolvido com as marcas, você descobre que 75% da gestão está concentrada no departamento de Marketing. Ou seja, se a preocupação com as marcas já chegou às empresas esse "sinal" ainda não foi traduzido.
Como outros setores podem participar da gestão de marcas?O trabalho de construção de marcas deve atingir todos os funcionários, já que ela refletirá a imagem da empresa. Imagem essa construída por todos os seus funcionários e suas funções, que devem trabalhar de forma integrada nesse processo.
Você acredita que essa discrepância explica as consultorias de marca, como a Troiano, serem as menos citadas como parceiras na gestão de marcas?Sim. Mas à medida que essa preocupação com a marca for refletida nas empresas, as consultorias de marca serão parceiras cada vez mais importantes, assim como outras ferramentas de gestão de marca.
A pesquisa avaliou que 63% dos CEOs nunca fizeram avaliação econômica da marca com que trabalham. Como é feito esse cálculo e qual sua importância?São diversas ferramentas difíceis para explicar simplesmente, mas pode-se dizer que são pesquisas que calculam o quanto a marca ajudou em vendas, por exemplo, ou o quanto permitiu economizar em Marketing. São informações fundamentais para a estratégia de uma empresa, importantes para saber o quanto a empresa vale - quando se quer vendê-la, por exemplo.

domingo, 15 de junho de 2008

Campanhas políticas se espelham no Marketing e apostam em internet




Em ano de eleições municipais no Brasil, o mundo todo está de olho é na sucessão presidencial nos Estados Unidos. Não bastasse a disputa pela candidatura do Partido Democrata atrair dois tipos diferentes de políticos do que o habitual - uma mulher e um negro - as campanhas norte-americanas estão chamando a atenção do mundo pelo uso intensivo de novas mídias como a Internet.
A prática, como se sabe, não é tão nova assim no Marketing. O Marketing Digital já é realizado há alguns anos nos Estados Unidos e também no Brasil, a ponto que a desassociação com o Marketing “off-line” começa a se dissipar e mesclar-se. Segundo um relatório da ONU, o mundo possui mais de 1,2 bilhão de internautas - cerca de 18% da população mundial. As campanhas políticas não poderiam deixar de aproveitar esse potencial.
Afinal, preocupações e objetivos comuns aos profissionais de Marketing sempre entraram em pauta nas campanhas políticas, como o posicionamento - político -, pesquisas de opinião, a mensagem e definição de público-alvo de cada ação, a aproximação com o público e táticas de atração e interesse.
Campanhas políticas utilizam artifícios do MarketingApesar de muitas ações serem restritas por força da lei, os candidatos investem com as ferramentas disponíveis e enfrentam obstáculos muito semelhantes àquelas encaradas pelas empresas em suas ações de Marketing, além de se apoiarem em brechas permitidas pela legislação.
Um bom exemplo é a expectativa da Bríndice, empresa fabricante de brindes, em fechar bons negócios com campanhas políticas durante a 15ª Expo Bríndice, maior feira de brindes da América Latina. O evento acontece de 22 a 25 de julho de olho nas campanhas para as eleições municipais deste ano. Apesar das restrições legais, é permitida, por exemplo, a distribuição de bonés e camisetas, desde que não estampem o nome do candidato.
Mas o que “vendem” essas campanhas? De maneira superficial, a prática do Marketing de empresas e a aplicada à política possuem os mesmos princípios. Ambos trabalham para garantir a boa imagem do cliente e, sobretudo, vender o "produto" - que, no segundo caso, é o voto.
A responsabilidade pelo “produto” é maiorPara Bruno Hoffman, Mestrando em Marketing-Gerência Política pela George Washington University, montar estratégias de Marketing para uma empresa não pode ser encarado como o mesmo que montar estratégias para um candidato. Afinal, é uma "compra" que dura quatro anos e que não pode ser trocada.
"Se o consumidor não gostar da nova cerveja anunciada, da próxima vez ele compra outra – sem maiores conseqüências. Mas se o eleitor descobrir que o político que elegeu não era aquilo que parecia ser na propaganda, as conseqüências são infinitamente maiores. O profissional de Marketing Político está diretamente ligado com o futuro das pessoas e ele deve estar consciente e ter responsabilidade sobre isso", conta Hoffman, que também é autor do blog "TV Política" (www.tvpolitica.blogspot.com/), onde comenta sobre política, principalmente a brasileira e norte-americana.
Envolvimento com política pode prejudicar o profissional de Marketing?Bruno acredita que o envolvimento com política possa prejudicar a relação do profissional de Marketing com seus clientes em sua agência. Em agências onde muitas das contas da iniciativa privada tiveram de alguma forma ligadas ao meio político, provavelmente só foram conseguidas exatamente por causa desta aproximação com candidatos ou partidos no passado.
“Por isso, ao envolver-se com um candidato para apoiar em sua campanha, o profissional estará suscetível a trabalhar em apenas um lado da arena política em sua vida profissional", ressalta o especialista, em entrevista ao Mundo do Marketing..
Para Hoffman, um profissional de Marketing que no passado tenha trabalhado para a oposição e hoje trabalhe para o governo, no entanto, não deve necessariamente ser considerado antiético ou que não siga sua linha ideológica, "se nem os próprios partidos brasileiros seguem as deles. O profissional de marketing deve tomar partido, devem ser fiel a suas convicções políticas. Ele não pode se considerar neutro neste processo.", pondera.
Internet começa a exercer papel fundamental nas campanhasAs eleições norte-americanas para a sucessão presidencial têm chamado a atenção dos profissionais de Marketing por conta do bom uso de novas tecnologias, principalmente no que se refere à campanha do candidato democrata Barack Obama. Seu site destaca-se por, não apenas trazer informações sobre opiniões, estratégias, e carreira política do senador, mas também pela possibilidade do visitante doar dinheiro à campanha pela Internet, através do uso de cartões de crédito.
Segundo a Comissão Eleitoral Federal dos Estados Unidos, Obama arrecadou US$ 272,1 milhões até o fim de abril, enquanto o candidato republicano, John McCain, arrecadou apenas US$ 98,6 milhões no mesmo período.
O site de Obama também traz informações sobre próximos comícios oficiais e também eventos em apoio ao candidato organizado por seus próprios apoiadores, com conteúdo incluído por eles mesmo, de forma semelhante ao que acontece no Wikipedia. Uma rede social, tal qual Orkut e MySpace, foi criada no site, onde os usuários podem criar seus perfis, adicionar amigos, criar comunidades e manter um blog, estimulando debates entre os participantes.
Redes sociais criam e movimentam ações de DBMÉ possível ainda encontrar outros eleitores próximos e até mesmo o número de telefone deles. Forma-se, assim, uma base de dados bastante útil para ações de DBM, como as que convidam, através de e-mail e SMS, os moradores da região onde serão realizados comícios a comparecer ao local.
Mas a maior novidade nas eleições americanas este ano são os conteúdos gerados pelos eleitores e sua participação em ações de Marketing através da Internet, além de seu uso para fontes de informação. Segundo uma pesquisa do Centro de Pesquisas Pew, a Internet já é a terceira fonte mais utilizada para informações sobre campanhas, atrás da televisão e jornais impressos. Situação tão em voga no Marketing dos dias de hoje - nesse, aspecto, como consumidores-, muitos dos conteúdos gerados pelos eleitores acabam conseguindo destaque e influência até mesmo nas campanhas políticas.
Um exemplo são os vídeos amplamente divulgados na internet do pastor evangélico Jeremiah Wright, da Trinity United Church, a igreja da qual o candidato fazia parte. As imagens mostravam o pastor fazendo declarações polêmicas e ataques a Hillary Clinton, principalmente quanto a questão racial. O assunto foi amplamente discutido na mídia e, por conta da polêmica, Obama precisou se explicar, desqualificando alguns dos sermões do reverendo e, então, rompendo relações.
Conteúdos caseiros já são utilizados em campanhasO uso de vídeos caseiros em campanhas na TV ou internet, algo que no Marketing de empresas já começa a se tornar comum, já está presente em algumas campanhas nos Estados Unidos. Um exemplo é o então pré-candidato democrata à presidência dos EUA, que mais tarde viria a ser derrotado por Obama e Hillary Clinton na corrida presidencial. O senador americano utilizou depoimentos em vídeos enviados voluntariamente por eleitores em sua campanha, onde todos pediam um fim à guerra do Iraque, enquanto faziam críticas ao atual presidente do país, George W. Bush.
No Brasil, apesar do uso da Internet em campanhas políticas ainda estar engatinhando, a sua utilização e interação com eleitores já é algo freqüente na vida de César Maia, prefeito da cidade do Rio de Janeiro e presidente do Partido dos Democratas. Após polemizar com textos de opinião de política brasileira e internacional, inclusive com críticas ao Governo Federal, publicados em um blog na Internet há alguns anos, o político carioca passou a divulgar seus artigos através de newsletter, a qual chama “ex-blog” e abre para qualquer interessado.
Hoje, o prefeito possui um site oficial onde é possível conseguir informações sobre a carreira política do prefeito e suas atividades, assim como notícias recentes. E o conteúdo não se limita a textos e fotos no website. O prefeito está presente no Orkut e YouTube.
Site oficial indica conteúdo em redes sociaisAlém disso, em seu site César Maia indica links mantidos por fãs com conteúdo referente ao candidato, como apresentações no slide, fotos no Fotolog e flickr e perfil na rede social tabblo, além de informar onde fica cada uma de suas grandes realizações no mapa do Rio de Janeiro através do Google Maps e Google Earth. Muitos desses sites são mantidos pelo grupo Juventude César Maia.
Um uso semelhante de Internet pode ser percebido no site oficial do Partido dos Democratas e da pré-candidata à Prefeitura do Rio pelo partido, Solange Amaral. "A Internet traz multiplicação às campanhas políticas agilidade, capilaridade e potencial se feita adequadamente", conta César Maia, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Segundo o político, hoje a televisão funciona apenas como apresentação de candidato e valem pouco para gerar emoções. O uso de ações de Marketing Direto, portanto, vem para compensar. Para ele, a televisão funciona como irrigação e comunicação direta como conscientização. "Com um bom trabalho feito na TV, o Marketing Direto torna-se fundamental nas campanhas políticas", diz o prefeito do Rio de Janeiro, que administrou a cidade entre 1993 e 1996 e, desde 2001, governou a cidade em mais dois mandatos – o segundo encerra-se este ano.
Uso legal da Internet nas campanhas brasileiras ainda não está definidoA campanha eleitoral só podem começar a partir de 6 de julho, por determinação do Tribunal Superior Eleitoral. Por aqui, como ou se a Internet terá um papel importante nas eleições ainda é uma incógnita. O TSE ainda não tem restrições definidas sobre o uso de mídias digitais para campanhas políticas e já passou do prazo para definir regras para as eleições desse ano.
Por enquanto, os candidatos só podem fazer divulgação em sites dedicados à campanha. Qualquer outro tipo de divulgação é proibido. A exclusão de blogs e redes sociais na regra promete levantar polêmicas.Mundo do Marketing: Publicado em 13/6/2008

Déficit comercial do RN chega a 58%



João Maria AlvesNEGÓCIOS - Comércio, varejo e atacado, representa mais de 62% das compras que empresas do RN fazem em outros estados15/06/2008 - Tribuna do Norte
Valdir Julião - Repórter de Economia
As entradas e saídas de mercadorias por via terrestre apontam um déficit de 58,25% na balança comercial do Rio Grande do Norte em relação a outros estados do país. O dado é de 2005, mas não perdeu sua atualidade, segundo o economista e professor universitário Odair Lopes Garcia, autor do relatório sobre “Fluxos de Comércio por Vias Terrestres de Comércio do Estado do RN”, encomendado pela Secretaria Estadual de Tributação (SET).Mesmo tendo se passados dois anos e meio da realização dos estudos, o consultor Odair Garcia explica que as informações continuam valendo, “porque as habilitadas têm sempre os mesmos fornecedores” e as relações comerciais “não mudam com tanta rapidez”.O relatório de Odair Garcia só foi concluído em outubro de 2006, mas ele explicou que, só recentemente, e por questões técnicas, é que o documento foi disponibilizado na página da SET na Internet: http://www.set.rn.gov.br/ .Nele, Garcia diz que o resultado do trabalho tem importantes indicações “sobre o grau de integração e complementaridade da economia potiguar com os demais estados e regiões do Brasil”.Segundo o relatório, os resultados foram analisados agregadamente de com acordo com sua distribuição espacial e por divisões e grupos de atividades econômicas. As principais atividades de cada grupo foram analisadas em relação à origem das compras e destino das vendas.Na época, a soma das entradas de mercadorias e serviços do Rio Grande do Norte atingiu R$ 9,32 bilhões, enquanto as saídas chegaram a R$ 3,89 bilhões, gerando um déficit de R$ 5,43 bilhões. De acordo com o relatório, o saldo comercial negativo ocorre principalmente no comércio com São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais,Ceará, Bahia e Paraíba, que somam 75% do total.A composição das entradas agregadas por grupos de atividades revela que o setor serviços é responsável por quase dois terços desse total e a atividade do comércio, isoladamente, respondia por mais de 62% das compras do Estado. Já as atividades industriais responderam em 2005 por mais de 32% das entradas, sendo que a indústria de transformação (25,74%) foi a mais significativa, seguida da indústria da construção civil (2,90%), dos serviços industriais de utilidade pública (1,12%) e agropecuária (2,46%).Quanto a composição das saídas, a indústria foi responsável por 76,26% do total, seguida dos serviços, com 21,31% e da agropecuária. Nas atividades industriais, a de transformação foi a principal vendedora, respondendo por 65,71% das vendas, seguida da indústria extrativa, 9,53%. Nos serviços, o comércio foi responsável por 20,18% das vendas do Rio Grande do Norte.“É preciso fechar as cadeias produtivas”O consultor Odair Lopes Garcia disse que esse déficit na balança comercial por causa de mercadorias que entram e saem pelas dividas estaduais, deve-se ao fato de que o Rio Grande do Norte não produz “tudo aquilo de que necessita”. Portanto, ele explica que o Estado não atende toda a sua demanda por produtos e insumos, mas o estudo pode ser benéfico, porque podem ser atacadas algumas áreas, por exemplo, para onde possam ser atraídas algumas indústrias.Um exemplo dado por Garcia é com relação a criação de camarão em cativeiro, uma cadeia produtiva na qual podem ser atraídas fabricantes de razão, pois embora já existam empresas instaladas aqui, ainda uma demanda por esse tipo de insumo, “fechando a cadeia produtiva” da carcinicultura.“O que se pode fazer é atrair empresas para suprir nossas demandas”, reforçou Garcia, considerando que outra vantagem nisso é a redução nos preços dos produtos consumidos aqui por causa do frete, que deixaria de ser cobrado sem a importância de mercadorias de outros estados.No entanto, ele afirma que esse trabalho é importante, porque a área tributária e até mesmo o setor produtivo, passa a conhecer o que “se compra e vende” nas relações entre os estados.Segundo ele, esse trabalho é inédito, porque o Rio Grande do Norte nunca apareceu nos estudos feitos pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, na elaboração da Matriz do Fluxo de Comércio Interestadual de Bens e Serviços no Brasil.Essa matriz é feita a partir da Guia de Informação das Operações e Prestações Interestaduais (GI/ICMS), que possui informações sobre o valor contábil, a base de cálculo do tributo e outras operações que não proporcionam crédito de imposto.Garcia disse que o último trabalho do Ipea foi realizado em 1999 e o Rio Grande do Norte sempre esteve de fora, “porque os dados apresentados eram incongruentes”, quanto aos produtos que saiam daqui e vinham de outros estados.Estado compra mais do que vende, explica Odair GarciaOs resultados confirmam, segundo o relatório de Odair Garcia, que a economia potiguar “é importadora líquida de mercadorias e serviços”, revelando também que as atividades industriais mais importantes do Estado têm superávit significativo em suas relações intra-estaduais, “especialmente com aqueles localizados na região Sudeste”, ficando concentrada nas atividades de comércio a maior parcela das entradas e quase todo o déficit dos seus fluxos comerciais.A conclusão de Garcia é que a análise do fluxo de comércio por vias internas do RN confirma a sua característica de importador líquido de mercadorias e serviços. O resultado, segundo ele, fica praticamente circunscrito às atividades comerciais, “uma vez que esta é responsável por mais de 90% do total do déficit das relações comerciais do Estado”.Segundo Garcia, na atividade agrícola, apesar do déficit registrado nas transações comerciais por vias internas, se computados os resultados do comércio internacional, “haverá claramente um superávit, o mesmo ocorrendo com as atividades da pesca e carcinicultura”. Nas atividades industriais, a indústria extrativa, apesar das limitações da fonte de dados em relação às exportações de petróleo e gás natural, registra resultados positivos naquelas atividades em que os recursos naturais tornam o Estado um dos principais produtores nacionais.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Classe Média Alta está desatendida e busca diferenciação



A segmentação de produtos e serviços está esquecendo uma parcela da população muito importante. De um lado está o aumento do poder de compra da classe C e as crescentes opções oferecidas a esta parcela da população que consumiu R$ 365 bilhões em 2007. Do outro está o mercado de luxo que cresce a cada dia no Brasil. No meio deles, aparece a Classe Média Alta.
De acordo com um estudo da TNS InterScience, apesar de representar somente 4% da população brasileira, a Classe Média Alta detém 23% da renda total do país. Existe, portanto, uma demanda na classe intermediaria que está deixando de ser atendida. Elas têm renda familiar entre R$ 6 e 12 mil.
Esta parcela da população já teve maior poder aquisitivo no passado, mas hoje ela consome mais porque tem mais opções de compra. “No passado havia menos canais de gasto e hoje a renda está mais distribuída e gera este sentimento de estar mais pobre”, afirma Elizabeth Salmeirão, Gerente de Negócios de Retail & Shopper Insights TNS InterScience.
Detalhes da pesquisaO boom da classe C deixou os antigos pobres mais perto desta classe média. “O Brasil ainda é segregado e essas pessoas se sentem incomodadas com a proximidade”, aponta Elizabeth em entrevista ao Mundo do Marketing. “Hoje uma pessoa da classe B que voa de Gol está do lado da Classe C. E, no fundo, ele não quer estar do lado da classe C”, aponta.
Com este cenário, este público consumidor busca diferenciação. Por outro lado o aspiracional vem depois dos gastos prioritários. “O desafio do varejo é oferecer produtos, serviços e atendimento diferenciado para estas pessoas”, diz. “Tem que entregar o que as pessoas aspiram e caber no bolso delas”, completa.
O estudo que identifica oportunidades para um formato de varejo que melhor se adapte a esse segmento da população e traça um perfil completo da classe média alta será apresentado em detalhes no III Seminário Marketing 360º. O evento acontece entre os dias 26 e 27 de junho no Rio de Janeiro e tem patrocínio da Sun/MRM, TNS InterScience, Copernicus Marketing e Dinamize. Saiba mais aqui.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Marcas têm que correr para fazer Mobile Marketing



O celular não pode mais ser ignorado pelas agências de publicidade e anunciantes como ponto de contato e de interatividade com o consumidor. Na mão de quase todo brasileiro, este aparelho tem o poder de atingir em cheio o objetivo de uma ação de Marketing. Isso, com mensuração e podendo pagar pela efetividade. Mas, para tudo dar certo, é preciso que as ações de mobilidade sejam pensadas desde o planejamento de uma campanha publicitária ou promocional, afirmam os especialistas.
Se o consumidor tem o celular com ele o dia todo, “Faz sentido pensar em uma estratégia que envolva o celular para estabelecer uma conversa com ele”, afirma Leonardo Xavier, sócio-diretor da Pontomobi, empresa que já realizou mais de 60 campanhas para clientes como Ambev, FIAT, IBM, Motorola e Banco Real. “Existe um processo a ser seguido que às vezes pode levar até quatro meses para gerar um case”, completa Marcelo Castelo, sócio-diretor da F.Biz e que já desenvolveu ações mobile para empresas como Unilever, Nestlé, Pepsico, Adidas, Natura, Brastemp, Petrobras, entre outros.
Gerar um caso de sucesso pode não ser tão rápido quanto um envio de SMS, mas certamente é eficiente. A F.Biz, por exemplo, desenvolveu uma ação mobile para o novo Seda Teens em quatro meses. “O site wap teve 360 mil visitas em 45 dias e isso é o dobro da Internet. Só tivemos este resultado porque fizemos uma ação integrada. Integramos o site da Internet com o do celular”, conta Marcelo Castelo.
Ações integradas é que dão resultadoA integração pode também incluir outras mídias, como revistas, conforme fez a Pontomobi para a Boemia. Uma campanha chamava os consumidores para baixarem um guia de botecos pelo celular e obteve um retorno além do esperado. Já para o Bradesco, a ação envolvia um banner na internet em que o internauta colocava o número de seu celular para receber uma ligação da modelo e apresentadora Ana Hickmann.
Até então, nada na campanha identificava o banco. Somente ao receber a ligação que a mensagem passada era do Hiper Fundo Bradesco. “Uma ação como esta é 100% mensurável e paga somente pela performance”, explica Leonardo Xavier, completando que estratégias assim podem ser replicadas em outras marcas e produtos. Umas terão mais sucesso que as outras, mas todas conseguirão falar com o seu consumidor. Afinal, não se esqueça, ele está com o celular integrado ao seu cotidiano.
As ações de Mobile Marketing são muito mais que um simples disparo de SMS, afirma os especialistas ouvido pelo Mundo do Marketing. “Tem que encarar o celular como uma plataforma de comunicação que é absolutamente rica e interativa”, aponta Xavier. “Mobile Marketing é tudo”, completa Marcelo Castelo. “É portal de voz, bluetooth, SMS, wap (site móvel) e até games. Seda Teens teve milhares de pessoas que baixaram o game e que serão impactadas pela marca constantemente”.
Mercado em crescimentoE vem mais por aí. Com a disseminação da rede 3G, o celular ganhará novas funcionalidades. “Vídeo será algo mais consistente. As marcas terão que correr para pensar os seus portais para a plataforma móvel. Não dá mais para acessar o site todo quebrado. A Internet pelo celular passa a ter uma importância muito grande com o 3G”, ressalta Leonaro Xavier.
Esta correria, no entanto, precisa ser planejada. “Não estamos numa corrida. Estamos numa maratona”, adverte Castelo. “O mercado ainda é embrionário e está todo mundo querendo saber. Os anunciantes querem fazer, mas o mercado ainda está complexo. As regras ainda não estão tão claras. O mercado ainda não sabe o que pode e o que não pode ser feito. Tem várias coisas que ainda não tem padrão e preço. Precisa ter isso para o mercado decolar. Mas dá para viabilizar os projetos e ter casos de sucesso”, pondera.
Como desenvolver casos de sucesso em Mobile Marketing é o tema do painel em que Leonaro Xavier e Marcelo Castelo participação no Seminário Marketing 360º. O evento acontece entre os dias 26 e 27 de junho no Rio de Janeiro e tem patrocínio da Sun/MRM, TNS InterScience, Copernicus Marketing e Dinamize. Saiba mais aqui.

domingo, 8 de junho de 2008

Feira Nacional do Camarão será aberta amanhã em Natal



A carcinicultura está recuperada, apesar dos problemas recentes08/06/2008 - Tribuna do Norte Trocar experiências, saborear diversos pratos à base de frutos do mar e ainda fechar negócios. Todas essas oportunidades poderão ser vivenciadas por participantes da Feira Nacional do Camarão (Fenacam), que será realizada a partir de amanhã até a próxima quinta-feira, em Natal. O evento reúne interessados na cadeia produtiva da aqüicultura brasileira. A edição 2008 da maior feira do setor no país, cujo tema central de discussão é “Mercado interno e industrialização: caminhos para o crescimento da aquicultura brasileira”, apresentará os novos produtos e tecnologias, além de estabelecer o intercâmbio de informações entre criadores, destacando o desenvolvimento tecnológico e sustentável e a troca de informações sobre a atividade.Devido à industrialização da carcinicultura, que tem investido na recuperação das perdas registradas em 2007, como conseqüência de doenças nos camarões e desvalorização do câmbio, o momento atual pode ser visto como muito positivo, na avaliação da Associação Brasileira dos Criadores de Camarão, promotora do evento. Segundo a entidade, a carcinicultura está em crescimento com a exportação de seu produto e já obteve um acréscimo de 15% na comercialização para o mercado externo, apesar da desvalorização do dólar frente ao real.Segundo o presidente da ABCC, Itamar Rocha, vários fatores apontam para um ano de 2008 com tendência de recuperação e crescimento para o setor. “Em janeiro e fevereiro tivemos um crescimento de 15% nas exportações, superamos problemas de doenças, consolidamos e ampliamos o mercado interno. Há ampliação da capacidade produtiva e novos investimentos tecnológicos sendo realizados. São parâmetros para o crescimento”, afirma Rocha.Os eventos da Fenacam são realizados anualmente pela ABCC desde 2004. Inicialmente foram direcionados ao setor da carcinicultura, mas desde o ano passado incorporaram os demais segmentos da aqüicultura, de forma que os mesmos abrangem atualmente a piscicultura, a carcinicultura e a maricultura, e se constitui no mais importante “Fórum de Discussão e Promoção do Setor Aqüícola do Brasil”.Junto com a quinta edição da Fenacam, serão realizados simultaneamente o 5º Simpósio Internacional de Carcinicultura; o 2º Simpósio Internacional de Aqüicultura; a 5ª Feira Internacional de Aqüicultura; 5ª Rodada de Negócios e o 5º Festival Gastronômico de Frutos do Mar.Sustentabilidade do setor será tema de palestraO Coordenador Geral de Maricultura da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (Seap), Felipe Matarazzo Suplicy, vai apresentar o Plano Local de Desenvolvimento da Carcinicultura (PLDC), na terça-feira, segundo dia da Fenacam, que será realizada no Centro de Convenções de Natal. A palestra dele deverá mostrar que a carcinicultura pode continuar se desenvolvendo de forma sustentável.Nas últimas décadas, a carcinicultura tem apresentado elevadas taxas de crescimento. Este rápido desenvolvimento tem sido acompanhado por um crescente e controverso debate sobre seus impactos ambientais, sociais e econômicos. Mas, nas visões da FAO/ONU e da Seap, o desenvolvimento da carcinicultura sustentável é uma meta possível e desejável, que pode contribuir com a geração de renda, emprego, alimento e divisas para o país e que deve ser perseguida pelos governos e pelo Brasil.De acordo com informações da organização da Fenacam, no Brasil, o desenvolvimento da carcinicultura não foi precedido ou acompanhado de um planejamento territorial, de consulta às comunidades tradicionais costeiras ou de capacitação dos produtores para a adoção de práticas ambientalmente corretas. Como uma atividade que produz a partir dos recursos públicos estritamente regulados como a água marinha ou doce, áreas costeiras e áreas alagáveis que geralmente pertencem à União, é preciso que seja encontrado um balanço entre a contínua operação de fazendas, a expansão da atividade e a conservação dos recursos naturais e da biodiversidade. Matarazzo vai abordar alguns aspectos prioritários para o desenvolvimento sustentável da carcinicultura no Brasil com o objetivo de orientar a expansão ordenada do setor, potencializar seus impactos sociais positivos e contribuir decisivamente para a sua sustentabilidade ambiental, como identificação de áreas propícias para o desenvolvimento sustentável da carcinicultura através de um zoneamento participativo e Certificação, através da Produção Integrada do Camarão Cultivado (PICC) das fazendas ambientalmente corretas e socialmente justas, como forma de promover e estimular a sustentabilidade do setor.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

RN vai receber fábrica de gasolina automotiva(05/06/2008)



A Petrobras irá anunciar oficialmente, dentro de 15 dias, a construção de uma unidade de produção de gasolina automotiva no Pólo Industrial de Guamaré. A decisão foi tomada na audiência que a governadora Wilma de Faria teve no final da manhã desta quinta-feira (05), em Brasília, com a ministra Dilma Roussef, da Casa Civil, da qual participaram o presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, e o presidente do Senado, Garibaldi Filho.
Segundo a governadora Wilma de Faria, a data do anúncio da Petrobras ainda não foi confirmada porque existe a possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também comparecer à solenidade, além da ministra Dilma Roussef, o que gera uma dependência da disponibilidade da agenda do presidente.
Orçada em US$ 66 milhões, a fábrica de gasolina automotiva que vai ser implantada em Guamaré se somará às plantas industriais já existentes no município, onde já são produzidos óleo diesel, querosene de aviação, gás natural, GLP (gás de cozinha) e biodiesel, o que transforma, assim, o Pólo Industrial em uma refinaria de pequeno porte. A refinaria terá capacidade de processar até 80 mil barris de petróleo por dia.
A Petrobras também quer ampliar suas plantas experimentais de biodiesel - duas delas já estão em atividade com capacidade para produzir 6.000 litros do combustível por dia, cada - e a produção de energia eólica.

O Marketing mudou. E você?


Nelson Rodrigues sempre é citado para dizer que a unanimidade é burra, mas talvez possa haver uma exceção para o Marketing. Afinal, a cada dia que passa engrossa a lista de profissionais e empresas que são unânimes em olhar o mercado de outra forma, pois o mundo está em constante transformação, o consumidor mudou e as estratégias de Marketing também.
O que nos faz lembrar Nelson Rodrigues é que ainda há quem não tenha esta visão e erre justamente por não se enquadrar neste novo cenário. “Estamos vivendo uma quebra de paradigma”, afirma Alberto Cerqueira Lima (foto), Presidente da Copernicus Marketing Consulting no Brasil, consultoria em estratégia das mais requisitadas pelas maiores empresas do país, como Oi e Ambev.
“O mundo é outro”, concorda Flavio Salles (foto), sócio-diretor da Sun-MRM. “O meio digital virou o Marketing de cabeça para baixo. O ambiente tecnológico inovou a forma como as pessoas se relacionam com as marcas”, comenta. “Todas as melhores práticas tiveram que ser revistas. Todo mundo está tendo que reinventar a roda com o carro andando”, aponta em entrevista ao Mundo do Marketing.
Confusão teóricaCerqueira também acredita que muitos conceitos já caíram por terra. Para o especialista, o momento atual é diferente de uma revolução, como aconteceu com a criação do carro. “Quando se tem uma revolução é mais fácil perceber”, explica. “O que está havendo agora é uma mudança profunda de tudo e isso faz com que os profissionais de Marketing não consigam apreender (as mudanças)”, ressalta.
Para o Presidente da Copernicus, o erro está nas palavras. Quando se fala em um evento promocional ou material de merchandising as pessoas sabem o que é. “Mas a realidade do nome propaganda, por exemplo, não existe mais. Por isso, as coisas precisariam ser renomeadas. Com este pensamento, as agências não deveriam mais usar o nome plano de mídia e sim, plano de contato. Essa mudança é para que as pessoas pensem diferente, pois os mesmos nomes são uma arapuca”, garante.
Mesmo não enxergando o novo cenário, ainda há empresas que obtêm lucro. “Eles diminuem custos operacionais, fazem programa de qualidade e tem uma demanda tradicional”, elucida Cerqueira. “Em estudos realizados, sabemos que até 70% das compras são inerciais. As pessoas compram porque precisam comprar margarina e shampoo, por exemplo. Tem produto que chega a vender 95% por necessidade. Hoje a demanda está muito aquecida”, diz em entrevista ao site.
Produtos demaisPara os produtos cuja demanda não é tão alta, aprofundar o conhecimento sobre o consumidor é o melhor caminho para conquistá-lo. “É preciso saber o que ele gosta, o que ele faz, como ele consome. São estas informações que indicarão a forma de falar com o consumidor de maneira relevante e pertinente”, atesta Flavio Salles. “O processo de comunicação hoje é muito mais customizável. Com um bom banco de dados você segmenta o cliente usando ferramentas estatísticas de acordo com o perfil dele”, completa.
Atender às novas demandas e acertar na mosca o desejo do consumidor é outro desafio. Somente no último ano, mais de 269 mil produtos foram lançados, uma média de aproximadamente 22,5 mil a cada mês. Diversos institutos de pesquisa, como a Nielsen, apontam que a maioria destes novos produtos, em torno de 80%, fracassa. “O consumidor diz que quer opção, mas não é bem assim. Hoje a segmentação é cada vez mais complexa. O consumidor tem uma atitude para uma categoria de produto e outra reação com outra categoria. Depende de muita coisa, de ocasião de consumo. Uma pessoa que usa um relógio Rolex não quer dizer que é consumidora de artigos de luxo”, pondera Alberto Cerqueira (foto).
Hoje a experiência no ponto-de-venda é fundamental. De acordo com Cerqueira, o consumidor precisa tocar e experimentar o produto. “As comparações de preço na Internet e a mídia servem apenas como um convite para a pessoa viver uma experiência no ponto-de-venda”, afirma. “Empresas como a Apple e a Adidas já acordaram para isso e a virada que elas deram mostra muito bem. Já as grandes empresas de consumo de massa têm mais dificuldade”, acredita. “Os clientes pedem cada vez mais soluções fora da caixa, mas às vezes acaba no tradicional e o inovador não acontece”, completa Flávio Salles.
Caso de SucessoA fórmula é simples. Quem aposta no novo obtém resultado. É o caso da SulAmérica. A empresa vai além de oferecer seguro. Em São Paulo, ela criou a Rádio SulAmérica Trânsito 92,1 FM, no ar 24 horas por dia transmitindo informações e dicas sobre o trânsito de São Paulo. Com forte presença da concorrência no segmento de seguros de automóveis, a SulAmérica oscilava, antes do lançamento da Rádio Trânsito, entre a 4ª e a 5ª posição na cabeça das pessoas quando perguntadas sobre seguros de veículos.
“Decidimos que não investiríamos mais em São Paulo se não fosse em algo impactante e relevante para a vida de quem mora na cidade”, disse Zeca Vieira, Diretor de Marketing corporativo da SulAmérica. Hoje, a empresa detém 16% de market share e comemora o aumento nas vendas. “Dobramos o share of mind, que era a principal meta, além de aumentar as vendas e a lembrança da marca”, completa em recente entrevista ao Mundo do Marketing.
Zeca Vieira mostrará os detalhes do Caso de Sucesso da SulAmérica, que também colhe frutos da Campanha de Incentivo ao uso da bicicleta no Rio de Janeiro, no Seminário Marketing 360º. O evento acontece entre os dias 26 e 27 de junho, no Rio de Janeiro, e também terá palestra de Alberto Cerqueira Lima, Presidente da Copernicus Marketing Consulting no Brasil, e de Flavio Salles, sócio-diretor da Sun-MRM

Como criar marcas desejadas?


“Para sobreviverem, as grandes marcas precisam criar nos consumidores uma fidelidade além da razão”. Esta é apenas uma das afirmações de Kevin Roberts no livro Lovemarks. O CEO mundial da Saatchi & Saatchi deixa claro que as empresas precisam criar uma conexão emocional com seus consumidores.
Quando escreveu que “Se você não for esteticamente estimulante e funcionalmente eficiente, simplesmente desaparecerá na multidão”, Roberts parece ter falado da Apple. Desejada por seu design e pela funcionalidade de seus produtos, a empresa de Steve Jobs tem uma receita que envolve uma série de fatores.
“Além do design, a Apple é pioneira em tecnologias como a tela sensível ao toque e aparelhos com Internet sem fio. Pensamos num produto funcional”, conta Fábio Ribeiro, engenheiro de sistemas da Apple. “Trabalhamos para fazer um produto que permita que todos utilizem. Uma vez que a pessoa começa a usar, ela vê que há muito mais coisas além do design e acaba se atraindo cada vez mais pelos produtos”, explica o brasileiro em entrevista ao Mundo do Marketing.
Casos de SucessoUm dos fatores de atração da Apple começa no ponto-de-venda, local em que as marcas estão investindo cada vez mais para promover experiência. “A Apple Store é um caso de sucesso fantástico”, aponta Gilberto Strunck, sócio-diretor da Dia Comunicação. “A loja tem um tempo médio de permanência e o número de vendas muito maior que outra comum”, salienta o especialista.
A lista de exigências para criar uma marca como a Apple é grande. “Dificilmente se consegue fabricar uma marca artificialmente”, ressalta Fred Gelli, sócio-diretor da Tátil Design de Idéias. “A marca tem que ser verdadeira, tem que ter razão de ser. As marcas que nasceram com um DNA que faz a diferença são como a Natura”, diz.
Segundo Gelli, construir uma marca realmente admirada, desejada e que ocupe um espaço diferente no coração das pessoas de forma duradoura depende de inúmeras exigências e algumas delas são pouco controláveis. “Tem a ver com paixão e isso está na dimensão do intangível”, afirma. Mais uma vez, vem o exemplo da Apple. Um dos segredos é que a empresa é especialista em oferecer um produto que o consumidor sequer espera. “A Apple foi buscar o desejo por um iPhone na alma das pessoas”, garante Fred Gelli ao site.
Para Além da RazãoDepois do primeiro passo, é preciso manter a marca desejada. “O desafio é enorme porque estamos num mundo de mudanças muito rápidas. Há marcas interessantes que somem, como o caso do BankBoston no Brasil que virou Itaú Personalité depois que o Itaú comprou a operação do banco no Brasil”, constata Gilberto Strunck (foto).
As marcas são objeto de desejo por razões diferentes. Às vezes, por razões que a própria razão desconhece. “As marcas pelas quais as pessoas têm mais amor são os times de futebol. E esse amor não tem relação direta com a performance. Mesmo se o time não é campeão há 10 anos, as pessoas continuam torcendo”, atesta Strunck.
Talvez a resposta esteja numa afirmação do livro de Kevin Roberts. Quando foram campeões, a experiência ficou marcada no coração das pessoas. “Grandes marcas sempre estiveram cercadas de grandes histórias”, disse. “A marca que consegue manter uma relação emocional com os consumidores é aquela que consegue perpetuar uma história, uma lenda. Quando se consegue contar uma história daquela marca você estará no caminho certo para transformá-la em relevante. Um exemplo deste caso é a Dinsey”, completa Strunck em entrevista ao Mundo do Marketing.
Diferenciais As marcas que pretendem se colocar na cabeça das pessoas de uma forma forte, porém, terão que mudar. Para Gilberto Strunck, o consumidor quer participar da construção das marcas. Por isso, as empresas precisam estabelecer políticas de ouvir o consumidor constantemente. Já para Fred Gelli (foto), o sucesso no futuro deverá estar umbilicalmente ligado com a sustentabilidade.
É a Eco inovação. “A Apple pensa em um monte de coisas diferentes, mas não pensa em outras. Já estão lançando um novo iPhone e o que as pessoas vão fazer com o antigo, que tem no máximo dois anos? Essa filosofia de inovar e lançar a inovação em doses homeopáticas é insustentável, até porque a tecnologia evolui muito rápido. Pensar realmente diferente é não ficar comprando toda hora essas coisas com bateria que não pode ser retirada e que vai para um lixão. As marcas, mesmo as que são poderosas hoje, terão que olhar pela ótica da sustentabilidade para preservarem a sua relação com seus consumidores por sobrevivência”, pondera.
O design e a inovação também não podem ficar esquecidos. O design passou a ter uma força grande no momento em que os produtos viraram commodities. “É um fator decisivo para garantir a percepção do diferencial. A lata de Leite Moça poderia estar no Itambé e com certeza traria um bom resultado. E é uma inovação que não faz quase nenhuma diferença em termos de custo”, ressalta Gelli.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Desafios do crescimento no RN serão debatidos amanhã



O Ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, e a governadora Wilma de Faria abre nesta segunda, às 8 da manhã, no auditório da Casa da Indústria, o seminário Motores do Desenvolvimento do RN/Infra-estrutura.O evento é promovido pela Tribuna do Norte em parceria com o Banco do Brasil, Governo do Estado, Prefeitura de Natal, Assembléia Legislativa, Fiern, Fercoercio, UnP, com apoio da consultoria RGarcia. É o primeiro de três seminários previstos para este ano. Os dois seguintes abordarão, pela ordem, os temas Energia e Turismo em datas a serem definidas. O seminário de amanhã, com duração para todo o dia, foi resultado de meses de planejamento, a partir de um projeto elaborado pela consultoria RGarcia, cuja idéia assumida pela Tribuna do Norte ensejou a publicação, nos últimos 15 dias, de matérias de página inteira, numa completa radiografia sobre infra-estrutura do RN, desde rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.Palestrantes de renome nacional e internacional estarão presentes. Abrirão o evento o presidente da Fiern, Flávio Azevedo; o presidente da Tribuna do Norte, Henrique Eduardo Alves; o prefeito de Natal, Carlos Eduardo; o presidente da Assembléia Legislativa, Robinson Faria. Discursarão o Ministro Miguel Jorge, a governadora Wilma de Faria e o presidente do Congresso Nacional, Garibaldi Alves Filho. A série de seminários parte do fato de que o Rio Grande do Norte passa por um momento especial de seu desenvolvimento com a concretização do novo aeroporto de passageiros e cargas de São Gonçalo do Amarante. A partir do projeto de um grande terminal intermodal, cuja primeira fase deve estar funcionando até 2010, uma série de obras estruturantes deverão impor-se, trazendo uma série de conseqüências positivas para a economia do Estado. Entre as mais importantes está a criação de uma Zona de Processamento de Exportação e a criação imediata, só em função do aeroporto, de cerca de 10 mil empregos diretos e indiretos.Os especialistas ouvidos pela Tribuna no Norte, nas matérias publicadas nos últimos 15 dias, são unânimes: o município de São Gonçalo, na região metropolitana de Natal, hoje com 80 mil habitantes, dobrará de tamanho com a chegada do terminal. Isso apressará o cronograma de obras, tendo em vista a infra-estrutura de acessos não só ao novo aeroporto como também para toda a região metropolitana. “O seminário é oportuno porque chama a atenção para esse momento especial e aponta os gargalos para os quais teremos que encontrar solução”, resume o diretor comercial da Tribuna do Norte, Ricardo Alves.
Entrevista / Marcelo Queiroz: “O varejo nada de braçada”
Opresidente da Federação do Comércio, Marcelo Queiróz, está entre os maiores interessados na questão da infra-estrutura. Líder de um dos segmentos que mais emprega e distribui renda, nesta entrevista ele fala um pouco de tudo - até logística e meio ambiente.
O comércio varejista compra suas mercadorias de fora e paga caro pelo frete. Em que medida, uma navegação de cabotagem faz falta aos empresários?Eu diria que faz uma falta absurda. Estudos de logística feitos no final do ano passado mostram que, na imensa maioria dos casos, os custos do transporte marítimo representam um quarto dos custos do transporte rodoviário. Sem dúvida é uma diferença que não pode ser desprezada, principalmente num país de dimensões continentais como o nosso. Hoje, infelizmente, mais de 75% da matriz de transportes do Brasil se baseiam no transportes através de caminhões. E isso acontece principalmente pela falta de uma sintonia entre portos e armadores que pudesse dotar o país de uma malha decente de linhas regulares de cabotagem. No caso específico do Rio Grande do Norte, além de um porto arcaico e que carece de investimentos há muitos anos, temos um dilema antigo nos moldes daquele de quem veio primeiro, o ovo ou a galinha. Os empresários locais dizem que não usam o porto (o que redundaria na cobrança maior, mais contundentes, de investimentos em sua estrutura) porque não há linhas regulares de navios. Por sua vez, os armadores dizem que não implantam linhas porque não há cargas que as justifiquem. É um ciclo vicioso que só poderá ser quebrado com uma ação enérgica liderada pelo poder público, unindo as duas partes da cadeia em nome de uma otimização da nossa matriz logística. Acho importante ainda, ressaltar, que, reduzindo o uso do transporte rodoviário, estaríamos contribuindo com a preservação ambiental, graças aos menores índices de emissão de gases pelos caminhões, que provocam o efeito estufa na atmosfera, e desafogando o trânsito nas rodovias.
Por que a tentativa de se restabelecer uma navegação de cabotagem - tentada no fim da gestão de seu antecessor - falhou?Na época, eu era o vice-presidente da Fecomércio e acompanhei de perto este processo. Foi como eu disse. Nós vimos naquele dilema entre armadores e empresários. Reafirmo, é necessária, urgentemente, uma atuação do poder público, dando respaldo à essa discussão. Senão, ela não anda.
O senhor poderia citar e comentar alguns gargalos logísticos que prejudicam a atividade varejista no RN?A falta dessa linha regular de cabotagem é o principal deles. Posso citar ainda a falta de uma estrutura mais ágil em nosso porto, que tem custos muito elevados e uma eficácia operacional questionável. Falta-nos, também, uma melhor estrutura para escoamento aeroviário. Eu sou um dos que estão esperançosos de que, pelo menos este ponto seja resolvido com o aeroporto de São Gonçalo do Amarante.
Com o crescimento vertiginoso de Natal o que vem mudando nas feições do comércio varejista?Estamos crescendo junto. E rápido. O ano passado foi histórico para o varejo potiguar. Ganhamos novos grandes empreendimentos, novos supermercados e atacados, novos shoppings e, como se diz, “nadamos de braçada” nos mares do bom momento da economia nacional, com crédito farto e prazos de financiamento alongado. Tudo isso vem contribuindo para virmos registrando índices de crescimento de venda acima das médias nacionais, desde o ano passado. Em fevereiro deste ano, por exemplo, tivemos o melhor desempenho do país, com 21% a mais de vendas do que no ano passado. No fechamento do primeiro trimestre, crescemos 14% acima dos 11% registrados na média nacional e o segundo melhor desempenho do país. Ainda não temos os dados fechados do quadrimestre, mas esperamos desempenho semelhante.
Quais os grandes desafios do segmento hoje?O primeiro é gerenciar o crédito farto e fácil com responsabilidade e critérios, para evitarmos uma bolha que redunde em picos de inadimplência daqui a algum tempo. O segundo ainda é a capacitação da nossa mão-de-obra. Há uma escassez quase endêmica de pessoas qualificadas no mercado e, por causa disso, aquelas que as empresas mesmo qualificam, a custos nem sempre muito baixos, terminam virando peças muito cobiçadas no mercado. Nesse sentido, o Senac, que faz parte do Sistema Fecomercio, tem oferecido muitas e boas opções de canais de qualificação, sempre em sintonia com as necessidades do mercado. Mas ainda há muito a se fazer nesse campo.
Qual a importância de um seminário sobre infra-estrutura para o segmento do varejo?Importância total. Discutir infra-estrutura é discutir um dos pontos que mais influenciam nos nossos custos operacionais. Portanto, é colocar na berlinda nosso poder de fogo no mercado e esse tipo de discussão sempre gera frutos positivos sejam nas reflexões que surgem e mais especialmente ainda quando as ações do poder público em, parceria com a força do capital privado, resolvem atuar para o benefício comum.

Farmalife: Fidelização que dura o ano inteiro



As estratégias de relacionamento estão se tornando comuns nas empresas do Brasil e do mundo, principalmente no setor varejista. A rede de drogarias Farmalife - empresa que pertence ao grupo Drogasmil S.A. - é uma destas companhias que investiu em CRM – Customer Relationship Management - e conseguiu não só fidelizar o seu cliente, como encantá-lo também.
Através de um calendário personalizado, a rede surpreendeu os melhores e mais rentáveis consumidores, que receberam em casa o calendário de 2008 com o nome de cada um gravado nas imagens que acompanham os meses do ano. O projeto já tinha sido implantado em 2004, mas na época o tempo para planejar a ação era curto. Mesmo assim, foi possível identificar a satisfação nos olhos dos clientes Farmalife.
Distribuída por São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, a rede possui a cultura de investir em relacionamento e hoje trabalha com e-commerce para facilitar o acesso aos produtos da rede. Pioneira na implantação de um setor de perfumaria dentro das drogarias, a Farmalife se preocupa em vender saúde através de um relacionamento saudável com seus consumidores.
Pouco tempo e planejamentoO caso de sucesso da Farmalife teve início em 2004 quando foi criado o primeiro calendário personalizado para os clientes preferenciais da rede. A estratégia de relacionamento da companhia obteve grande sucesso com os consumidores, mas não foi possível dimensionar de forma concreta e tangível o resultado da ação.
Resultados do projeto
::67% dos clientes que acessaram a o site do calendário, entraram também no da Farmalife e compraram produtos das marcas patrocinadoras. ::O ticket médio dos clientes fidelizados é 65% maior que os clientes comuns.::No período da campanha foram registrados 26% de aumento nas vendas do site.::Baseado no cruzamento de resultados de campanhas anteriores da Farmalife, os clientes premiados consomem em média 10% a mais no ano seguinte.::72% dos clientes que participaram da ação em 2004 se mantiveram com alto potencial de compras e lucratividade e receberam o calendário novamente este anoDe acordo com Max Villar, supervisor de Marketing e Merchandising da rede Farmalife, mesmo com o projeto sendo lançado às pressas naquela época, o resultado foi positivo. “As pessoas nos mandaram e-mails, fax e ligaram para agradecer pelo calendário e dando parabéns à equipe de Marketing da Farmalife pela idéia”, conta o executivo em entrevista ao Mundo do Marketing.
O resultado positivo daquela ação de relacionamento foi comemorado, mas ficou um gosto de “quero mais”. Sem poder mensurar de forma clara o resultado, a proposta da rede foi planejar com mais cuidado todas as ferramentas de mensuração para a próxima ação.
Parceiros investem no relacionamentoPara lançar a campanha do calendário neste ano, a Farmalife se preparou e buscou parceiros para viabilizar o projeto devido à segmentação necessária para os cerca de dez mil clientes cadastrados. Ao apresentar o projeto aos futuros parceiros, Max Villar obteve o aval e a garantia de 100% do investimento das empresas para começar a produção das peças.
Em 2008 o projeto foi executado graças à L’oréal, Unilever, Procter & Gamble, Johnson & Johnson, Cadbury, Laboratório Pierre Fabre e E.M.S. Genéricos, marcas parceiras da rede e que foram inseridas no calendário de acordo com o produto que trabalham e o mês em questão. A estratégia para mensurar o retorno e o impacto contou com um site criado especialmente para esta ação, onde o consumidor participava de um concurso e ainda deixava uma frase contando o que achou do calendário da Farmalife.
O concurso foi baseado em uma página do calendário Farmalife, onde o consumidor escolheu e enviou a melhor imagem - na sua opinião - para a rede, com uma frase sobre a ação. O autor da melhor frase recebeu um caderno personalizado com o seu nome e a imagem de sua preferência na capa.
Da esquerda para a Direita: Guilherme Messore, Pedro Araujo, Joana Aquino e Max Villar
Ação on-line e off-lineA principal diferença entre os calendários de 2004 e o deste ano foi a mudança no formato e a aplicação de mais cores. Segundo Max Villar, isto ajudou a aumentar o relacionamento entre a empresa e o cliente. “A mudança estimulou o consumidor a falar com a empresa. Isto nos faz pensar no próximo calendário, que virá com o mesmo conceito só que com outra roupagem”, explica o supervisor de Marketing e Merchandising da rede.
Os clientes preferenciais cadastrados na rede possuem um cartão de fidelidade e assim fazem parte da base de dados da Farmalife. Desta forma foi mais fácil atingí-lo com a campanha. Porém, o cadastro feito na loja precisava ser atualizado a cada vez que o cliente ia até um dos estabelecimentos da rede. Neste processo, a Farmalife confirmava o endereço, telefone, e-mail, entre outros dados importantes para manter o contato com o consumidor.
Para facilitar o processo de atualização e dar dinâmica à ação, a Farmalife usou o e-commerce como ferramenta de relacionamento. Os melhores clientes que realizavam compras pela Internet também receberam um calendário personalizado com o nome gravado nas imagens de cada mês. A idéia de usar a web foi também uma estratégia para gerar Marketing Viral para a Farmalife.
Pioneirismo em conceito e em atendimento especializadoA Farmalife foi uma das redes de drogarias pioneiras em oferecer setores ligados à beleza e ao bem-estar nos pontos-de-venda, de acordo com Max Villar. “O canal farma descobriu que a área beauty daria certo, já que as pessoas vão para as farmácias em busca de saúde e bem-estar”, avalia.
Em algumas lojas da rede já é possível encontrar gôndolas com produtos específicos para públicos que normalmente não freqüentam o ambiente farma, como os homens e as crianças, por exemplo. “A Farmalife tem lojas que já oferecem produtos direcionados á pessoas diabéticas”, completa Max Villar.