segunda-feira, 23 de junho de 2008

Serviço de TV por assinatura está em expansão no RN


TV por assinatura atrai públicos das classes A, B e C, tanto na capital quanto no interior22/06/2008 - Tribuna do Norte
Valdir Julião - Repórter de Economia
Por razões de estratégia comercial, as empresas de TV por assinatura evitam falar em números, mas todas admitem que esse é um segmento da indústria de entretenimento e lazer em franca expansão no Rio Grande do Norte. Tanto é que o setor já passa por uma acomodação no mercado, seguindo uma tendência mundial de convergência de mídia, o chamado “triple play”, na qual as empresas incluem num só pacote os serviços de telefonia, internet e a televisão fechada, paga por assinatura.O gerente da Cabo Telecom, Aldo Silva, disse que no Rio Grande do Norte a evolução do mercado de TV por assinatura não é diferente do resto do Brasil, que em 2007 já contava com 5,3 milhões de assinantes. Segundo Silva, a clientela da Cabo TV é 80% das classes B e C e os outros 20% basicamente da classe A. É para atender esse perfil de assinantes que a empresa trabalha para prestar o melhor serviço, inclusive realizando treinamento e capacitação dos seus profissionais. Embora as empresas não tenham a norma de falar em números, como falar em volumes de faturamento e nem apresentem dados quanto ao potencial de assinaturas, o site da Cabo Telecom, única TV por assinatura via cabo de Natal, informa que gera uma média de 170 empregos diretos e 60 indiretos em Natal. A Cabo Telecom atende clientes em 29 bairros de Natal, com um total de 115 mil domicílios que recebem o sinal da TV e internet.Dono da TV União, Manoel Ramalho, foi o segundo empresário a implantar uma TV por assinatura no Rio Grande do Norte: em 1994, em Assu. Mas, ele acha que o mercado de TV por assinatura tem maior potencial de crescimento na capital do que no interior, “onde o poder aquisitivo da população é mais baixo”.Mesmo assim, ele acha que proporcionalmente o potencial de expansão da TV paga no Rio Grande do Norte “é maior que no Brasil”. Porém, Manoel Ramalho diz que um fator ainda pode travar esse crescimento, que é o fato do órgão regulador do setor, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), não estar abrindo editais para a oferta de serviços para TV por assinatura, por isso, ele acha difícil, por exemplo, que tão cedo chegue a TV paga em Caicó, a exemplo do que ele fez em Assu, “onde implantei o serviço quando não havia, ainda, a lei da TV a cabo”.JET também quer expandir no RNOutra empresa que atua no estado é a JET. Segundo a empresa, ela registrou crescimento no primeiro semestre, parte disso graças ao desempenho na base de clientes na Grande Natal, que está 16% maior em relação ao primeiro semestre do ano passado.A Jet TV por assinatura e Internet banda larga está colocando à risca o seu plano de expansão no país. Além da atuação em 10 estados, incluindo o Rio Grande do Norte, e mais de 50 municípios, a empresa está prestes a inaugurar suas operações em Campo Grande (MS) e em Teresina (PI). Com o reforço de cobertura nas áreas de Parnamirim e Nova Parnamirim, a base de assinantes da empresa na Grande Natal aumentou 16% no primeiro semestre do ano em relação ao mesmo período do ano passado. A atuação da JET no Rio Grande do Norte engloba as cidades de Natal, Ceará-Mirim, Extremoz, Macaíba, Parnamirim e São Gonçalo do Amarante. Nesses locais, empresa já encarou os custos e os desafios com a concorrência de mercado para trabalhar o sistema MMDS (Multipoint Multichannel Distribution System).Fundada em 1997 no Rio de Janeiro, a Acom Comunicações S.A., detentora da marca JET, começou a oferecer também telefonia fixa em Santos (SP), em parceria com a Tellfree, serviço que deve chegar às demais praças onde a empresa atua no segundo semestre deste ano, inclusive no Rio Grande do Norte. Também no segundo semestre, a JET vai testar a tecnologia WiMAX em pelo menos três cidades: Natal, Maceió e Santos. Empregos Uma das grandes preocupações da empresa de acordo com a gerente de marketing Ana Carolina, é a geração de empregos a nível local. Ao todo São cerca de 130 empregos gerados, entre funcionários próprios e terceirizados, somente para esta cidade. Ainda há os empregos que esta filial gera para a empresa de call center localizada no Rio de Janeiro. No Total a empresa gera mais de 900 empregos em todo o Brasil. Provedores de internet mudam o focoAs bases de assinantes dos provedores independentes de internet foram absorvidas pela Cabo Telecom, seguindo uma tendência mundial no mercado de Tecnologia da Informação (TI) de convergência de serviços integrados: vídeo, internet e telefonia.A Cabo Telecom, então, passou a atender a base de assinantes da Digizap, Interjato e ainda da Supercabo, que já tinha uma parceria com aquela empresa de TV por assinatura.O gerente da Cabo Telecom, Aldo Silva, informou que os usuários dos serviços da empresa, vinham recebendo duas faturas, uma pela TV paga e outra pela internet, depois da absorção dessas bases de assinantes dos provedores independentes, os consumidores passarão a receber um boleto único.“O que nós queremos é que essa prestação de serviço seja feita de forma direta”, diz ele, para informar que a Cabo Telecom, que também deve absorver profissionais dessas empresas.Os diretores da Interjato e Digizap emitiram notas sobre as mudanças ocorridas, que continuam no mercado prestando outros serviços que já eram de sua carteira de atendimento. O diretor geral da Interjato, Erich Rodrigues, disse que a empresa continua no mercado oferecendo os produtos que complementam o seu portfólio, como o Interjato VoiP (telefonia pela Internet), Interjato Rádio (em áreas fora do alcance da rede Cabo), Interjato Hospedagem e o novo Interjato Mobile (Internet móvel).“Todas as empresas desse segmento de TV por assinatura, como OI, Net, Telefônica, já fizeram essa convergência, achou que só falta fazer em Natal”, disse Renato Alves, um dos diretores da Digizap. Para outro diretor da empresa, George Ferreira, o mercado de TV por assinatura “está funcionando como commodities” e Natal não podia fugir à essa tendência mundial, de uma operadora oferecer serviços digitais de TV, voz e dados a partir de uma única rede de acesso. Pioneiro passou de 17 para 5 mil assinantesPioneiro na oferta de TV por assinatura no Norte e Nordeste do Brasil, Siderley Toscano implantou a sua televisão a cabo em Currais Novos em 1992. “Começamos com 17 e hoje tem cinco mil assinantes”, informou ele, que agora pretende investir cerca de R$ 2 milhões na instalação de uma rede de cabos de fibra ótica, a fim de substituir os cabos coaxiais (de alumínio), já se preparando para prestar um serviço de TV digital e de alta definição. Segundo Toscano, o mercado de TV por assinatura tem tudo para se expandir em Natal e no interior do Estado, inclusive em Currais Novos, onde ele diz que o índice de cobertura de 60% dos domicílios “é proporcionalmente o maior do do Brasil”, até mesmo superando uma metrópole como São Paulo.“Nós temos cliente pagando a assinatura com o dinheiro do Bolsa Família”, não esconde Toscano, satisfeito em poder atender uma clientela de baixa renda. Toscano explica que favoreceu muito o crescimento da Sidy’s Comunicação Ltda o fato de que em Currais Novos, como em outros municípios do interior, o sinal da TV aberta é muito ruim, porque são transmitidos através de repetidoras. “Só melhoram em época de política”, afirmou ele, contando ainda, que na maioria dos municípios a televisão “é o principal lazer das pessoas”, por causa da falta de opção de divertimentos. Para Toscano, Caicó também tem um potencial a ser explorado pelas empresas de TV por assinatura. Segundo ele, a Sidy’s “só não vai entrar lá” porque falta dinheiro para um investimento em torno de R$ 5 milhões.

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