
 A carcinicultura está recuperada, apesar dos problemas recentes08/06/2008 - Tribuna do Norte Trocar experiências, saborear diversos pratos à base de frutos do mar e ainda fechar negócios. Todas essas oportunidades poderão ser vivenciadas por participantes da Feira Nacional do Camarão (Fenacam), que será realizada a partir de amanhã até a próxima quinta-feira, em Natal. O evento reúne interessados na cadeia produtiva da aqüicultura brasileira. A edição 2008 da maior feira do setor no país, cujo tema central de discussão é “Mercado interno e industrialização: caminhos para o crescimento da aquicultura brasileira”, apresentará os novos produtos e tecnologias, além de estabelecer o intercâmbio de informações entre criadores, destacando o desenvolvimento tecnológico e sustentável e a troca de informações sobre a atividade.Devido à industrialização da carcinicultura, que tem investido na recuperação das perdas registradas em 2007, como conseqüência de doenças nos camarões e desvalorização do câmbio, o momento atual pode ser visto como muito positivo, na avaliação da Associação Brasileira dos Criadores de Camarão, promotora do evento. Segundo a entidade, a carcinicultura está em crescimento com a exportação de seu produto e já obteve um acréscimo de 15% na comercialização para o mercado externo, apesar da desvalorização do dólar frente ao real.Segundo o presidente da ABCC, Itamar Rocha, vários fatores apontam para um ano de 2008 com tendência de recuperação e crescimento para o setor. “Em janeiro e fevereiro tivemos um crescimento de 15% nas exportações, superamos problemas de doenças, consolidamos e ampliamos o mercado interno. Há ampliação da capacidade produtiva e novos investimentos tecnológicos sendo realizados. São parâmetros para o crescimento”, afirma Rocha.Os eventos da Fenacam são realizados anualmente pela ABCC desde 2004. Inicialmente foram direcionados ao setor da carcinicultura, mas desde o ano passado incorporaram os demais segmentos da aqüicultura, de forma que os mesmos abrangem atualmente a piscicultura, a carcinicultura e a maricultura, e se constitui no mais importante “Fórum de Discussão e Promoção do Setor Aqüícola do Brasil”.Junto com a quinta edição da Fenacam, serão realizados simultaneamente o 5º Simpósio Internacional de Carcinicultura; o 2º Simpósio Internacional de Aqüicultura; a 5ª Feira Internacional de Aqüicultura; 5ª Rodada de Negócios e o 5º Festival Gastronômico de Frutos do Mar.Sustentabilidade do setor será tema de palestraO Coordenador Geral de Maricultura da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (Seap), Felipe Matarazzo Suplicy, vai apresentar o Plano Local de Desenvolvimento da Carcinicultura (PLDC), na terça-feira, segundo dia da Fenacam, que será realizada no Centro de Convenções de Natal. A palestra dele deverá mostrar que a carcinicultura pode continuar se desenvolvendo de forma sustentável.Nas últimas décadas, a carcinicultura tem apresentado elevadas taxas de crescimento. Este rápido desenvolvimento tem sido acompanhado por um crescente e controverso debate sobre seus impactos ambientais, sociais e econômicos. Mas, nas visões da FAO/ONU e da Seap, o desenvolvimento da carcinicultura sustentável é uma meta possível e desejável, que pode contribuir com a geração de renda, emprego, alimento e divisas para o país e que deve ser perseguida pelos governos e pelo Brasil.De acordo com informações da organização da Fenacam, no Brasil, o desenvolvimento da carcinicultura não foi precedido ou acompanhado de um planejamento territorial, de consulta às comunidades tradicionais costeiras ou de capacitação dos produtores para a adoção de práticas ambientalmente corretas. Como uma atividade que produz a partir dos recursos públicos estritamente regulados como a água marinha ou doce, áreas costeiras e áreas alagáveis que geralmente pertencem à União, é preciso que seja encontrado um balanço entre a contínua operação de fazendas, a expansão da atividade e a conservação dos recursos naturais e da biodiversidade. Matarazzo vai abordar alguns aspectos prioritários para o desenvolvimento sustentável da carcinicultura no Brasil com o objetivo de orientar a expansão ordenada do setor, potencializar seus impactos sociais positivos e contribuir decisivamente para a sua sustentabilidade ambiental, como identificação de áreas propícias para o desenvolvimento sustentável da carcinicultura através de um zoneamento participativo e Certificação, através da Produção Integrada do Camarão Cultivado (PICC) das fazendas ambientalmente corretas e socialmente justas, como forma de promover e estimular a sustentabilidade do setor.

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