sexta-feira, 11 de julho de 2008

Inflação até julho ultrapassa a meta



Os preços dos alimentos continuam em alta e puxam a inflação, apesar de desalecerar em junho11/07/2008 - Tribuna do Norte .Rio - O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) se desacelerou em junho em relação a maio, caindo de 0,79% para 0,74%, com a alta menos intensa de produtos não-alimentícios. Esta pequena desaceleração, no entanto, não é motivo de alívio, uma vez que o preço dos alimentos continua em alta e, segundo a coordenadora de índices de preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos, há a possibilidade de que a inflação acumulada em 12 meses até o fim de julho ultrapasse o teto da meta (6,5%) estimada para o ano. A probabilidade dessa previsão virar realidade realmente não é desprezível ao se analisar os resultados acumulados de janeiro a junho e em 12 meses terminados no mês passado, que apresentam alta de 3,64% e 6,06%, respectivamente. No semestre, a aceleração do índice foi a maior desde o primeiro semestre de 2003, quando o IPCA apresentou alta de 6,64%. Eulina disse que “há evidências que julho deste ano apresente um IPCA maior do que o do ano passado”, quando o indicador subiu 0,24%. “Com a continuidade da pressão dos alimentos e a alta dos preços administrados, não é improvável que a taxa em 12 meses atinja 6,5% (em julho).” Segundo ela, “a alta dos alimentos é generalizada e não há sinal de inversão, já que os preços no mercado internacional e o consumo continuam subindo”. “Não há evidência de mudança na trajetória de alta dos alimentos,” afirmou. Em junho, os produtos alimentícios representaram 63% do índice, apresentando alta de 2,11%, a maior variação mensal registrada nesse grupo de produtos no IPCA desde janeiro de 2003, e o maior aumento para um mês de junho desde o início do Plano Real, em julho de 1994. Segundo Eulina, no acumulado do primeiro semestre de 2008 os alimentos contribuíram com 1,88 ponto porcentual, ou 52% do IPCA de 3,64% do período. “Ou seja, os alimentos explicam a inflação este ano”, disse a coordenadora. Para ela, “a evidência é que a alta dos alimentos em 2008 vai ficar acima da do ano passado, que já foi uma taxa expressiva”. AtuaçãoO presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que a autoridade monetária continuará atuando de forma a trazer a inflação de volta ao centro da meta, de 4,5%, já em 2009. O objetivo, segundo Meirelles, é evitar que se instale um ambiente de pessimismo inflacionário.“Nas atuais circunstancias domésticas, existe o risco de que os agentes econômicos passem a atribuir maior probabilidade de que elevações da inflação sejam persistentes, o que implicaria em redução da eficácia da política monetária”, afirmou em seminário em São Paulo.

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