terça-feira, 8 de julho de 2008

Exportações do RN fecham semestre em queda de 1,3%


A exportação de castanha de caju e da lagosta foram foram as mais rentáveis nos últimos 6 meses 08/07/2008 - Tribuna do Norte As expressivas quedas nas vendas de camarão e banana pesaram na balança comercial do estado e o primeiro semestre fechou, mais um vez, em baixa para as exportações do Rio Grande do Norte. Entre janeiro e junho deste ano, as vendas do RN para outros países somaram US$ 164,9 milhões, uma queda de 1,3% em relação ao mesmo período de 2007, que também foi menor do que o de 2006 – naquele ano, o estado havia se recuperado em 6,7%, acumulando US$ 181,7 milhões. Os números divulgados ontem pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec) mostram que, entre as principais quedas, estão as culturas mais afetadas pelas cheias que atingiram o Vale do Açu em abril: camarão, banana e sal. Juntos, tiveram redução de US$ 14,4 milhões. No ano passado, as exportações desses três itens representavam 23% da pauta. Este ano caiu para 15%. O camarão perdeu duas posições no ranking dos 25 principais produtos, a banana e o sal perderam três. Apesar disso, o camarão continua entre os cinco produtos com maior valor exportado, em quinto lugar. Em quarto, está o combustível usado por caminhões, navios e barcos com destino ao exterior. Acima deste item, está o açúcar, uma das mercadorias que “segurou” uma queda ainda maior nas exportações, registrando aumento de 62%. Na segunda posição do ranking está o melão, que está em entressafra e registrou queda de 7% - movimento contrário do que aconteceu no ano passado, quando, no mesmo período, o melão liderou o ranking e cresceu 33%. Agora, ele deu seu lugar à castanha de caju, o item mais rentável nos últimos seis meses, com US$ 24,5 milhões. Outra âncora em que as exportações do RN se seguraram foi a lagosta, que registrou o maior aumento no valor exportado: 492,5%. Na análise enviada junto com os dados, a Sedec considera que “apesar dos problemas ocasionados pelas fortes chuvas (...), os dados dos seis primeiros meses revelam o bom desempenho dos demais setores da economia que não sofreram danos (...) e que vêm se sobressaindo, apesar da insistente queda do real em relação ao dólar”.Segundo a avaliação da Sedec, a expectativa para os próximos meses está na retomada da colheita do melão, com a safra 2008-2009 que, mais uma vez sofre os efeitos negativos da valorização do real, “mas que sustenta boas perspectivas com a antecipação da Expofruit que aconteceu no primeiro semestre, com intuito de atrair novos compradores, antes de iniciada a safra”. Outra novidade é a liberação das exportações para os Estados Unidos, um dos maiores mercados consumidores de frutas. Produtores não vão mais esperar pelo governoUm grupo de nove carcinicultores e salicultores prejudicados pelas cheias no Vale do Açu se uniram às prefeituras de Carnaubais, Pendências e Macau para reunir dinheiro e mandar construir a passagem sobre o Rio Açu, ligando as áreas rurais de Pendências e Carnaubais. As obras, que incluem o barramento do rio, vão custar R$ 109 mil – R$ 15 mil para cada prefeitura e o restante rateado entre as empresas. A atitude foi necessária diante da ausência do governo estado, como acusam os empresários, demora do governo federal em liberar os recursos para as obras necessárias depois das cheias de abril. Segundo a carcinicultora Tácia Castro, da Aqua Viva, as obras são essenciais ao povoamento dos viveiros destruídos. A passagem para o transporte de insumos, e o barramento para o provimento de água, não só para as fazendas, mas para a população das cidades próximas. “O Governo do Estado e os deputados estaduais sabem das nossas dificuldades e não estão fazendo nada”, critica. Somente na Aquaviva, houve um prejuízo de R$ 650 mil. Entre as empresas que estão nessa empreitada, está a Potiporã, uma das maiores exportadoras do estado. Outra que está aguardando posicionamento do governo estadual é a Del Monte, produtora e exportadora de bananas que teve 20% de seu plantio destruídos. A companhia, que já desistiu de recuperar esta área, quer que o governo a autorize a usar os créditos da Lei Kandir (que compensa exportadores) para vender ao mercado. Informações da assessoria de imprensa vice-governadoria, cujo titular é Iberê Ferreira, dizem que o Estado ainda espera o repasse de R$ 18 milhões, garantidos pelo governo federal, para as obras de infra-estrutura. Ainda de acordo com a assessoria, uma equipe do governo potiguar está em Brasília para tentar agilizar esse processo.

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