domingo, 20 de julho de 2008

Juros sobem mais que a taxa Selic, aponta Procon SP


Antes de optar por um banco, cliente deve pesquisar as taxas cobradas20/07/2008 - Tribuna do Norte São Paulo (AE) - O consumidor está pagando duas vezes a conta da escalada da inflação: uma nos preços dos produtos básicos que compra nos supermercados e outra nas taxas de juros cobradas pelos bancos. Pesquisa da Fundação Procon de São Paulo mostra as taxas de juros do empréstimo pessoal e do cheque especial subiram neste mês na comparação com o anterior, seguindo a alta da taxa básica de juros, a Selic, para conter o avanço da inflação. Neste mês, a taxa média de juros do cheque especial em dez bancos pesquisados ficou em 8,83% ao mês com elevação de 0,10 ponto porcentual na comparação com junho. Ao ano, a taxa do cheque especial está 176,14%, muito acima da taxa Selic, hoje em 12,25% ao ano. No caso do empréstimo pessoal, a média mensal dos dez bancos pesquisados neste mês foi de 5,67%, com um acréscimo de 0,06 ponto porcentual em relação a junho. Anualizada, a taxa chega a 93,90%. “Desde janeiro as taxas cobradas do consumidor nos empréstimos pessoais estão em trajetória ascendente. No cheque especial, a alta ocorre desde março”, observa Cristina Rafael Martinussi, técnica da Fundação Procon SP. Ela destaca que, de janeiro a julho, o acréscimo nos juros nessas duas modalidades de financiamentos foi muito superior ao aumento da taxa Selic em igual período. Enquanto a taxa básica de juros já subiu um ponto porcentual neste ano, de 11,25% ao ano para 12,25%, a taxa anual dos empréstimos pessoais aumentou 6,87 pontos porcentuais, de 87,03% ao ano em janeiro para 93,90% ao ano em julho. No caso do cheque especial, o acréscimo foi ainda maior. Em janeiro a taxa média anual dessa modalidade de financiamento estava em 157,73% e hoje atingiu 176,14% . A elevação no período foi de 18,41 pontos porcentuais. “Os bancos não querem correr riscos e seguem a mesma curva de aumento da taxa básica de juros”, observa Cristina. Segundo ela, o aumento das ao consumidor foi mais do que proporcional do que a elevação da taxa básica porque o risco de inadimplência, especialmente da baixa renda, aumentou. Ela acredita que as taxas de juros estipuladas pelos bancos deverão continuar subindo nos próximos meses, sobretudo porque, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) marcada para a semana que vem a expectativa do mercado é de uma nova elevação da Selic, em torno de 0,50 ponto porcentual. A pesquisa da Fundação Procon-SP revela também que, dos dez bancos pesquisados neste mês seis deles elevaram as taxas do empréstimo pessoal e quatro optaram pela manutenção dos juros. Para o cheque especial, quatro elevaram as taxas e seis mantiveram.

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